Dívidas ao banco em tempos de pandemia: o que fazer e por onde começar?

10:33 - 08/02/2021 ECONOMIA
Pedir ajuda ao banco é fundamental para dar início ao processo de reestruturação. Explicamos tudo sobre o assunto com ajuda da Deco.

A pandemia da Covid-19 está a contribuir para o aumento da pobreza e a deixar muitas pessoas desempregadas ou, por exemplo, em processos de lay-off. O resultado é um aumento dos incumprimentos, ou seja, as dívidas ao banco tendem a aumentar, isto apesar da implementação de algumas medidas, como as moratórias bancárias. No artigo de hoje da Deco Alerta ajudamos-te a perceber o que podes fazer – e por onde começar – para conseguires cumprir com as tuas obrigações.

A Deco Alerta é uma rubrica semanal destinada a todos os consumidores em Portugal que é assegurada pela Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor* para o idealista/news.

Tanto eu como o meu marido tivemos cortes salariais em meados do ano passado. Até dezembro conseguimos, com grande dificuldade, cumprir com todas as nossas obrigações, mas este ano a situação tornar-se-á insustentável. Não vamos conseguir pagar todas as nossas prestações de crédito… O que nos podem aconselhar?

Pedir apoio é o primeiro passo para resolver a crise que atravessam. É importante saberes como atuar quando te apercebes que não vais conseguir pagar as prestações de crédito e conhecer o que poderá acontecer caso entres em incumprimento com a tua instituição financeira.

Como atuar nestas situações?

Recomendamos que comeces por fazer uma autoavaliação financeira, no sentido de compreenderes qual a tua realidade orçamental e, principalmente, como reajustar os vossos encargos de modo a assegurar o pagamento de todas as responsabilidades mensais.

Consulta a Central de Responsabilidades de Crédito, no Banco de Portugal (BdP), e analisa o mapa de responsabilidades de crédito, para avaliares as responsabilidades já assumidas e as potenciais, como por exemplo o plafond não utilizado do cartão de crédito. Estes dados permitirão uma visão realista da situação financeira.

Seguidamente, deves contactar o banco credor, com o propósito de apresentar a tua necessidade de renegociação e uma proposta de valor mensal que conseguirão assegurar, para que sejam desenvolvidos esforços conjuntos para a reestruturação.

Ao comunicares as dificuldades no pagamento dos teus encargos, o banco está obrigado, por força do Decreto-Lei n.º 227/2012, de 25 de outubro, a avaliar o risco de incumprimento e propor soluções para evitar o incumprimento do contrato de crédito, sempre que viável, por exemplo: alargamento de prazos; redução das taxas de juro; períodos de carência, entre outras possibilidades.

 

Se já tens prestações em atraso deverás:

- Contactar de imediato o banco;  

- Verificar se foste integrado no PERSI - Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento, criado pelo Decreto-Lei n.º 227/2012, que visa promover a regularização de situações de incumprimento através de soluções negociadas entre o consumidor e o banco; 

- Podes solicitar em qualquer momento a integração imediata desse crédito em PERSI; 

- Em simultâneo, podes ainda recorrer a entidades de apoio, como a Deco, onde poderás receber aconselhamento financeiro e jurídico com o objetivo de agilizar o processo de restruturação de crédito e de reabilitação financeira.

 

Apesar do processo do reequilíbrio do orçamento familiar, e em especial a renegociação de crédito, não ser fácil é, talvez, a melhor forma de recuperar o controlo das finanças pessoais. Numa situação destas o pior que se pode fazer é deixar arrastar a situação… 

 

Por: Idealista