Teletrabalho: dicas para reuniões virtuais mais produtivas e eficientes

09:31 - 07/02/2021 ECONOMIA
Especialistas recomendam chamadas esporádicas, curtas e com poucos participantes, para proteger a saúde mental e produtividade dos trabalhadores.

A “febre” das reuniões de Zoom, Skype ou Teams instalou-se com a pandemia e o (necessário) teletrabalho. As casas transformaram-se em escritórios e é assim que milhões de pessoas começam e terminam os dias: com videochamadas que se prolongam, muitas vezes, em demasia no tempo. Mas será este ponto de encontro diário “por tudo e por nada” benéfico para a produtividade e saúde mental dos trabalhadores? Especialistas recomendam chamadas esporádicas, curtas e com poucos participantes.

Especialistas em trabalho já começaram a alertar para as consequências que esta “febre das reuniões” à distância podem ter na saúde mental e na produtividade dos trabalhadores, segundo escreve o ECO. Inês Guerreiro, responsável de recursos humanos da empresa de software Penguin Formula, diz à publicação que o desafio das reuniões à distância é o foco e confessa que, dentro da sua rede de contactos, e mesmo dentro da organização onde colabora, já recebeu desabafos de pessoas que sentem alguma sobrecarga no número de reuniões à distância.

Nadim Habib, professor na Nova SBE, acredita a pandemia vai mudar a forma de fazer as coisas e que é importante começar desde já a definir como queremos que tudo funcione no futuro – porque as videochamadas não são temporários, serão uma nova ferramenta de trabalho. Considera, por isso, que estas apenas imprescindíveis apenas em dois momentos: na aprendizagem e na construção da cultura organizacional.

“Vamos começar a ver que só precisamos de ver as pessoas em momentos de aprendizagem ou em momentos de construção de cultura, em que trabalhamos em grupo. O resto podemos fazer de forma assíncrona”, garante.

Reuniões curtas e com poucas pessoas

Gonçalo Hall, cofundador do Remote Europe e nómada digital, deixa alguns conselhos para combater o excesso de reuniões: uma videochamada semanal com toda a equipa, “para fortalecer os laços sociais, deve durar 30 minutos ou no máximo 45 minutos e com a equipa de trabalho”, diz ao ECO, e uma chamada mensal individual entre o gestor da equipa e cada membro da equipa, sendo “50% social e sobre a parte pessoal e 50% sobre o trabalho realizado, bloqueios e feedback”.

Uma opinião partilhada por Henrique Paranhos, fundador da WEBrand Agency. De acordo com este responsável, as reuniões só devem acontecer quando “estritamente necessárias” – o mesmo se aplica ao número de pessoas. E também aconselha flexibilidade para reuniões curtas para esclarecimentos rápidos, já que muitas vezes a comunicação escrita pode ser insuficiente. Mas para isso, diz “temos que ser disciplinados e assertivos, para que essas calls sejam produtivas“.

O fundador da WEBrand Agency defende que “ss empresas ainda estão muito ‘viciadas’ na proximidade física entre colegas de equipa, então tudo será pretexto para marcar uma reunião que acaba por interromper o fluxo de trabalho e por ser contraproducente”.

 

Por: Idealista