DGS recomenda utilização da vacina da AstraZeneca acima dos 60 anos

13:43 - 09/04/2021 SAÚDE
O Comité de Avaliação de Risco em Farmacovigilância (PRAC) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) informou ontem (dia 7 de abril) que existe uma possível ligação entre a administração da vacina contra a COVID-19 da AstraZeneca e a ocorrência de eventos trombóticos em localizações atípicas.

Nesta sequência, estes fenómenos passam a constar do resumo das características do medicamento como reações adversas. A COVID-19 é uma doença grave associada a risco de internamento e de mortalidade. Globalmente, a EMA considerou que os benefícios relacionados com a prevenção da COVID-19 superam o risco destes efeitos adversos. 

Em concreto: 

  • Acima dos 60 anos não houve uma associação entre a utilização desta vacina e a ocorrência destes fenómenos trombóticos;
  • Abaixo dos 60 anos há uma associação a fenómenos trombóticos raros e acima do esperado, que continuam em investigação;
  • A decisão de vacinar tem sempre em conta um balanço entre os benefícios (prevenir a doença) e os riscos (reações adversas da vacina);
  • À medida que a idade avança, o risco de complicações por COVID-19 aumenta e diminui o risco dos eventos trombóticos que estão a ser associados a esta vacina. Nas populações mais jovens, o risco de complicações de COVID-19 é baixo, sobretudo em pessoas sem doenças, e é nestas populações que foram verificados os fenómenos trombóticos em investigação.

O objetivo da Campanha de Vacinação contra a COVID-19 em Portugal é salvar vidas e prevenir a doença grave. Este objetivo é alcançado com qualquer uma das vacinas aprovadas e utilizadas em Portugal. 

A Direção-Geral da Saúde recomenda a administração da vacina da AstraZeneca a pessoas com mais de 60 anos, onde não se observou uma associação a risco de efeitos adversos e onde os benefícios da vacinação são claros. 

O Plano é ajustado para garantir que todas as pessoas serão vacinadas com a vacina que garante a sua maior proteção e segurança, de acordo com os grupos prioritários definidos. 

Relativamente às pessoas que já foram vacinadas com a vacina da AstraZeneca, recorda-se que estes fenómenos são extremamente raros, recomendando-se, no entanto, que as pessoas vacinadas se mantenham atentas ao surgimento de eventuais sintomas nas duas semanas após a vacinação e que contactem o seu médico assistente em caso de dúvidas. 

As pessoas com menos de 60 anos que receberam a primeira dose desta vacina têm já alguma proteção contra a COVID-19 e devem aguardar mais informações. O intervalo entre doses desta vacina é de 3 meses.