Alunos vila-realenses descobrem bairros típicos de Olhão

16:58 - 10/02/2015 OLHÃO
Pouco passava das 12h00 de 3 de fevereiro quando 80 alunos de cinco turmas do 8º ano do Agrupamento de Escolas D. José I, de Vila Real de Santo António, se reuniam à porta do Museu da Cidade de Olhão, no antigo Edifício do Compromisso Marítimo, para uma visita.

“Bem vindos a Olhão e ao Caminho das Lendas”! Assim foram recebidos os jovens pelos técnicos do Museu, que no espaço de uma hora os levaram pelos vários largos olhanenses e deram explicações sobre as respetivas lendas.

A primeira paragem desta rota foi no Largo da Fábrica Velha, com a Lenda de Marim. Esse mesmo largo abre as portas para o Bairro do Levante, um bairro tipicamente olhanense, mais moderno. Ainda no Levante, aconteceu a segunda paragem, na Praça Patrão Joaquim Lopes, com a Lenda da Floripes e a estátua da mesma, sempre muito apreciada pelos visitantes. A lenda mais conhecida de Olhão foi muito bem recebida pelos alunos. Beatriz Peres, de 14 anos, explicou porque apreciou a Lenda da Floripes: “Gosto de histórias misteriosas e assustadoras, por isso gostei desta!”.

Saindo do Bairro do Levante, seguimos em direção ao Bairro da Barreta, o bairro mais típico e antigo de Olhão, onde se encontram ruas estreitas, pedonais, que se podem tornar autênticos labirintos. É um bairro de pescadores por excelência, que apesar da falta de recursos dos seus residentes era sempre estimado e cuidado pelas mulheres, que ficavam em terra.

No centro deste bairro encontramos a Lenda do Mouro Encantado, no Largo do Gaibéu, sobre um jovem mouro encantado que acompanhava um menino de Olhão, e desapareceu quando o dito menino o levou à Igreja.

No Largo do Carolas, os alunos puderam ver uma outra escultura, a do Menino dos Olhos Grandes. A lenda, com o mesmo nome, conta a história de um menino que aparecia a um canto, com um cesto de vime no braço, que pesava sempre, cada vez mais, a cada passo dado por alguém que o carregasse.

O percurso pelo Caminho das Lendas terminou no Largo João da Carma, com a Lenda do Arraúl, um homem valente, que seria responsável pela língua de areia que protege a costa, criando as Ilhas da Fuseta, Armona e Culatra.

A última parte da visita de estudo dos alunos de Vila Real de Santo António a Olhão, foi ao Museu Municipal, onde os jovens puderam descobrir um pouco mais sobre a herança do povo olhanense ao longo dos anos, a atividade salineira na cidade e a sua importância, a história dos compromissos marítimos no Algarve e neste caso, em Olhão e, claro, sobre o papel dos olhanenses e do Caíque Bom Sucesso na revolta contra os franceses.

Esta revolta, ainda hoje relembrada, começou com a organização e coragem do povo olhanense contra o invasor, e motivou todo o País para a luta. Cerca de um mês depois, a 6 de julho de 1808, saía de Olhão o Caíque Bom Sucesso, com 17 marujos cuja missão era levar a boa nova à Família Real que se encontrava no Brasil. A atribulada viagem terminaria, com sucesso, dois meses e meio depois, a 22 de setembro, no Rio de Janeiro.

 

Por: Municipio de Olhão