Por: Dr.ª Noelia Bota Alvarez | Médica Geral e Familiar | Pela Universidad del Zulia na Venezuela

Olá. Espero que me possa ajudar, pois estou muito preocupada com o meu filho. Ele tem 10 anos e há muito tempo que tem umas “bolinhas” atrás do pescoço que não desaparecem. Preciso da sua ajuda e do seu aconselhamento.

                                                                                                                                                   Carla Santos

Olá Carla. Espero puder ajudá-la. Primeiro, o mais importante é definir essas “bolinhas” como adenopatias, que são gânglios linfáticos que se localizam não só no pescoço, como também na axila, em região inguinal e são muito comuns na infância. Podem aumentar o seu número ou tamanho e, por isso, são facilmente palpáveis, sobretudo em criança. Esta é uma resposta imunitária transitória a uma infeção, normalmente viral, com inflamação benigna, como por exemplo, a amigdalite, a otite, infeção urinária, infeção respiratória, problemas de pele e dentários, entre outras. Por norma as “bolinhas”, como designou, desaparecem espontaneamente quando se cumpre o tratamento para a doença específica.

É importante referir que existe uma doença contagiosa causada pelo vírus Epstein Baar, conhecida como doença do Beijo (Mononucleose). Este vírus invade as células que revestem o nariz e a garganta, afetando os glóbulos brancos e é muito frequente em crianças. Esta infeção pode provocar adenopatias ou presença de gânglios, sobretudo em pescoço e axilas. Regra geral, a pessoa com Mononucleose recupera em poucas semanas, mas em alguns doentes podem demorar meses, ainda que isso seja menos provável.

Existem casos onde estes gânglios podem ser causados por doenças mais graves, como a tuberculose e também por doenças oncológicas, como a leucemia, o linfoma, entre outras. Se forem descobertos sinais de alarme deve consultar um pediatra. Estes são os sinais a que todos os pais devem estar atentos, já que a maioria destas doenças são curáveis se as tratarmos a tempo:

• Os gânglios aumentarem de tamanho progressivamente se ultrapassarem os 3 cm ou mais e não diminuírem em quatro semanas, são de uma consistência dura; os gânglios localizarem-se junto da clavícula e das axilas e a sua presença pode estar em mais de duas zonas diferentes;
• Estar acompanhado por outros sintomas, como perda de peso, perda de apetite, procrastinação, debilidade, cansaço ou suar muito;
• Também o aparecimento de sinais inflamatórios locais como: dor, pele ou zonas vermelhas e de calor;
• Persistência de febre.

Dependente de cada situação, é importante que o médico faça um diagnóstico físico, examinando todos os gânglios linfáticos palpáveis para verificar o tamanho, textura, calor, sensibilidade e outras características para colocar em prática o tratamento que precise o seu filho, para melhorar a sua condição.

Espero que tudo se resolva da melhor maneira. Um forte abraço.