PS acusa Governo de criar incidente diplomático e penalizar jovens agricultores

14:47 - 26/02/2015 POLÍTICA
O PS acusou hoje o Governo de ter gerado um "inconcebível" incidente diplomático ao não se fazer representar na Exposição Universal de Milão sobre alimentação, comprometendo ao mesmo tempo o evento "Portugal capital do mar".

Estas críticas, sobretudo dirigidas à ministra da Agricultura, Assunção Cristas, foram feitas pelo deputado Miguel Freitas no final da reunião do Grupo Parlamentar do PS.

Perante os jornalistas, Miguel Freitas classificou como "inconcebível" a decisão de Portugal não se fazer representar na Exposição Universal de Milão sobre o tema da alimentação.

"Essa decisão coloca em causa a imagem externa do país e contraria o discurso do Governo em matérias como a diplomacia económica, a promoção do setor agroalimentar, a promoção da agricultura e do mar. Sabemos que o Governo se desinteressou desta matéria, mas fez mais ao guardar segredo, não ouvindo ninguém e não procurando qualquer solução" alternativa, apontou Miguel Freitas.

Miguel Freitas disse que o Governo alega custos elevados para não participar no evento de Milão, mas não procurou soluções alternativas como fundos comunitários ou parcerias, nomeadamente com empresas.

"O desnorte é ainda maior porque a ministra da Agricultura marcou um evento, para o período entre 02 e 05 de junho, para tornar Portugal capital do mar - um evento que se realiza exatamente na mesma data em que na Exposição Universal de Milão decorre uma cimeira mundial de ministros da Agricultura e do Mar sobre alimentação. Há aqui um incidente diplomático que era dispensável e, naturalmente, esta coincidência de datas pode pôr em causa um evento importante para o país", sustentou.

No final da reunião da bancada socialista, o deputado do PS Miguel Freitas considerou ainda que "não está a correr bem a regulamentação e operacionalização dos fundos comunitários em matéria agrícola".

Na segunda-feira, segundo Miguel Freitas, abriram as candidaturas destinadas a jovens agricultores.

"Há uma alteração de regras relativamente ao passado com uma redução drástica dos apoios aos jovens agricultores. Com esta alteração de regras, a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, já fez 1300 vítimas", acusou o deputado socialista.

Na perspetiva do deputado socialista, eleito pelo círculo de Faro, estes 1300 jovens agricultores "estavam com candidaturas há mais de um ano" no período de transição entre o PRODER e o novo programa de fundos comunitários, sendo agora "penalizados porque não foram atendidos a tempo".

"Isto é, vão ser duplamente penalizados pelo atraso na aprovação das candidaturas, mas também porque vão sofrer um corte para metade ao nível dos apoios para os seus investimentos. Na próxima segunda-feira vão abrir novas candidaturas para medidas agroambientais e o que se sabe é que ainda não estão definidas todas as regras, há legislação que ainda não saiu e, portanto, os agricultores vão candidatar-se sem saber exatamente ao quê", criticou Miguel Freitas.

 

Por: Lusa