PCP acredita que aumento geral dos salários é decisivo para o desenvolvimento do Algarve

11:17 - 28/04/2022 POLÍTICA
O PCP escreveu em comunicado que «os baixos salários, a degradação de direitos, a generalização da precariedade, a desregulação de horários, o desrespeito pela liberdade sindical, marcam a vida de milhares de trabalhadores algarvios».

«Uma realidade que foi particularmente agravada nos últimos meses com o aumento generalizado dos preços dos bens e serviços essenciais – particularmente dos alimentos e da energia/combustíveis – que traduzem o aproveitamento que os grupos económicos estão a fazer da actual situação», acrescentou o partido. 

O PCP acredita ainda que perante esta realidade, «o Governo e o grande patronato recusam a promoção de um aumento geral dos salários, protegendo assim os lucros dos grupos económicos – que foram dos maiores nos últimos anos - e transferindo para as costas dos trabalhadores e das camadas populares os custos de uma inflacção que nunca será inferior a 4% no presente ano. Na região algarvia, marcada pela monoactividade do Turismo, este problema é particularmente agravado, com milhares de trabalhadores a serem empurrados para a pobreza e sem perspectivas de dignificação das suas carreiras e profissões».

«O PCP entende que é preciso valorizar o trabalho e os trabalhadores e lutar pelo aumento geral dos salários, incluindo a subida do salário mínimo nacional para os 850€ no curto prazo, pela recuperação de poder de compra perdido por parte dos trabalhadores da administração pública e pela revogação das normas gravosas do código do trabalho, designadamente a caducidade da contratação colectiva que, desde 2004, tem impedido o crescimento dos salários no setor privado, com excepção do salário mínimo nacional», frisa o partido. 

«Sem o aumento geral dos salários continuarão a manifestar-se problemas de falta de pessoal para inúmeras atividades e setores», recorda.

Para o PCP, «o aumento dos salários é não apenas fundamental para impedir a perda de poder de compra por parte dos trabalhadores e uma mais justa distribuição da riqueza, como é decisivo para a dinamização do mercado interno para o qual trabalham a esmagadora maioria das micro, pequenas e médias empresas, que estão a ser esmagadas pelos custos da energia, dos combustíveis, do crédito, dos seguros ou das portagens. A ausência de resposta a esta reivindicação não deixará de ter impacto negativo na situação económica do Algarve, condicionando o seu desenvolvimento e o futuro da região». 

«No seguimento da ação reivindicativa desenvolvida ao longo dos últimos meses pelos trabalhadores da hotelaria, do comércio e serviços, da administração pública, dos professores e enfermeiros, dos trabalhadores da aviação civil, das lotas, do sector automóvel, das águas e resíduos, das forças de segurança, das autarquias locais, entre tantos outros exemplos, o PCP apela a uma grande participação nas acções de luta que estão previstas para o 1º de Maio no Algarve, designadamente na manifestação convocada pela CGTP-IN para as 10:30 na cidade de Faro».

«Perante o aumento do custo de vida, a perda de salários e direitos, os trabalhadores algarvios devem fazer ouvir a sua voz, com a certeza de que terão ao seu lado o Partido Comunista Português», termina o partido.