Uma das grandes revelações do Jazz Internacional, o pianista Amaro Freitas, estará em Loulé no Dia Internacional do Jazz (30 de abril), misturando sons e raízes do nordeste brasileiro com a sonoridade do jazz em piano, contrabaixo e bateria, num concerto raro que faz parte da tour europeia.
Amaro Freitas estará em Portugal no fim de abril com apenas dois concertos: um a norte, em Espinho e um a sul, no Cineteatro Louletano. Esta será uma oportunidade única para ver e ouvir um instrumentista e compositor que tem vindo a conquistar território na cena jazzística mundial e que tem obtido enorme reconhecimento pela crítica, agora que apresenta o seu terceiro álbum de originais, “Sankofa”.
O espetáculo de Loulé baseia-se num trabalho profundamente inventivo, que recolheu elogios da generalidade da imprensa e da crítica especializada. A UNCUT considera-o um disco “impressionante, novo e vibrante”. A Downbeat colocou-o na linhagem de nomes como Abdullah Ibrahim, Thelonius Monk e Chick Corea. A Jazzwise classificou-o como um “álbum magnífico”, “repleto de ideias inesquecíveis e sonoridades cativantes”. E a Mojo avaliou-o com uma rapsódia que releva o “elaborado estilo composicional” do seu autor.
“Sankofa” é um resgate da cultura afro-brasileira a partir de composições vibrantes e ecléticas que recolheram elogios do público e da imprensa internacional. O nome advém de um dos símbolos Adinkra, ideogramas que representam conceitos, criados pelos povos africanos Akan, na região de Gana, como forma de comunicação. O símbolo “Sankofa” representa um pássaro com a cabeça voltada para trás, expressando assim a vontade de Amaro Freitas em voltar às raízes para poder avançar em novos voos, sonhos e futuros. O álbum – diz - é uma busca espiritual por histórias esquecidas, filosofias antigas e figuras inspiradoras do Brasil Negro. Um trabalho onde procura entender a história dos seus ancestrais, traduzindo sonoramente a herança e a memória dos povos negros que fizeram a história do Brasil e cujo património cultural e filosófico foi historicamente invisibilizado.
De uma periferia do Recife à promessa de ícone internacional do jazz, o pianista foi colecionando conquistas, elogios e uma aclamação crítica desde o seu álbum de estreia.
O concerto de Loulé faz parte da tour europeia, com início a 27 de abril em França e terminando a 21 de maio na Suíça, passando por vários locais emblemáticos e de referência como o Festival X-Jazz (Berlim), Jazz Café (Londres) e Moods (Zurique).
Com uma programação de referência (que pode consultar no site e no Facebook do Cineteatro), o CTL está credenciado pela Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, integrando ainda a Rede de Teatros com Programação Acessível, proporcionando espetáculos com interpretação de Língua Gestual Portuguesa para S/surdos e outros com Audiodescrição, para pessoas cegas ou com deficiência visual.
O CTL é uma estrutura cultural no domínio das artes performativas da Câmara Municipal de Loulé, e é também um dos promotores da Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve e da Rede 5 Sentidos.
Mais sobre Amaro Freitas
Nascido em 1991, Amaro Freitas iniciou a sua trajetória aos 12 anos de idade nos cultos de igreja, mas rapidamente a sua inventividade o fez sonhar com novos voos.
Já com o baixista Jean Elton e o baterista Hugo Medeiros, parceiros de trio até hoje, lança em 2016 o álbum “Sangue Negro”. Dois anos depois, no ano de 2018, assina contrato com a Far Out Recordings, editora londrina com quem edita o segundo álbum, “Rasif”, que é destacado por diversas publicações internacionais, da Downbeat à All About Jazz ou à Jazz Magazine.
Atua em alguns dos principais festivais e clubes internacionais de jazz, além de participar do projeto autoral do cantor Lenine. Em 2019, Amaro participa na Montreux Jazz Academy, com Christian Scott aTunde Adjuah, além de colaborar com Milton Nascimento e Criolo no EP “Existe Amor” (2020). Por fim, no ano de 2021, o músico lançou “Sankofa”, o terceiro e aclamado álbum de originais, dando início a uma nova etapa na sua carreira.