F. Inez

A Humanidade e a Civilização deram um passo atrás com a tresloucada situação que actualmente se vive com a inesperada e absurda guerra na Ucrânia. Depois da II Guerra Mundial desencadeada pela loucura de Adolfo Hitler, todos imaginávamos que não seria mais possível uma tragédia semelhante. Estávamos enganados! Afinal são tantos e tão numerosos os perigos e os riscos que permanentemente ameaçam a espécie humana, que somos levados a pensar que o Homo sapiens – a nossa espécie – como qualquer outra forma de vida, se encontra permanentemente ameaçada, eventualmente até da sua própria extinção! Assim tem acontecido com milhares e milhares de formas de vida que alguma vez existiram no nosso Planeta.

Os estudos de Paleontologia apontam para 5 grandes extinções em massa, a mais famosa a queda de um meteorito com 10 Km de extensão na província de Yucatan, no México, que originou a extinção dos dinossauros e de muitas outras espécies, provocando gigantescos incêndios e tsunamis deixando a Terra num longo período de escuridão. No entanto, parece ser o Homem o principal agente causador das extinções pela destruição progressiva dos ecossistemas naturais. A nossa brevíssima História como Homo sapiens, com uns escassos 350 mil anos não passa de um breve instante da longa História do Planeta Terra que se terá formado há 4,5 mil milhões de anos.

Desde que as primeiras formas de vida surgiram na Terra foram mais as que se foram extinguindo do que aquelas que sobreviveram e chegaram até hoje pela sua maior capacidade de adaptação ao meio ambiente, pelo fenómeno da selecção natural. Aqui chegados há que referir que são duas as Teorias que se confrontam para explicar a origem da vida. O Criacionismo que se baseia na origem Divina e afirma que todas as espécies, incluindo o Homem, foram criadas por Deus há 10 mil anos e a Teoria Evolucionista de Charles Darwin que refere que o Homem, bem como todas as outras formas de vida são o resultado de uma longa evolução desde as suas formas primitivas e que foram evoluindo de acordo com a selecção natural que permite que vão sobrevivendo as que melhor se foram adaptando ao meio ambiente.

Não é nosso objetivo a análise destes dois pontos de vista … a esse propósito apenas gostaria de citar Miguel Torga que, na sua visita ao Oriente, nos dizia que “Os Deuses mudam no espaço e no tempo … mas a fé que os venera é sempre a mesma” e Santo Agostinho que ao ser questionado sobre o que fazia Deus antes de criar o Mundo … respondeu que “estava entretido a criar o Inferno para quem fizesse perguntas daquelas”.

Admite-se que há 14 mil milhões de anos o fenómeno que ficou conhecido como “Big Bang” deu origem à matéria, à energia ao tempo e ao espaço … originando o Universo … (ou Universos segundo algumas opiniões) mas o nosso Planeta ter-se-á formado apenas há 4,5 mil milhões de anos … e a primeira matéria viva … células isoladas … mil e quinhentos anos depois.

E assim permaneceu a vida, exclusivamente microscópica, até há 600 milhões de anos atrás … altura em que o fenómeno da fotossíntese proveniente da vida vegetal originou a presença do oxigénio e permitiu o aparecimento progressivo de organismos cada vez mais complexos … de milhares e milhares de espécies diferentes de animais e vegetais, tal como os conhecemos hoje! Entretanto estima-se que mais de 90% de todas aquelas espécies se foram extinguindo ao longo do tempo … e os riscos que ameaçam hoje o Homem, e naturalmente todas as outras formas de vida, não param de aumentar … São de há muito bem conhecidos os riscos das alterações climáticas que já hoje fazem parte do nosso quotidiano e, de entre outras, um eventual conflito nuclear … mas eis que novos riscos começam a pairar no horizonte … ao contrário do que se esperava … o há muito conhecido aumento progressivo e gigantesco da população mundial … eis que agora, pelo contrário, surge um inesperado declínio demográfico … será que ele vai conduzir à extinção da espécie humana? …

É o que iremos analisar proximamente …