O presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Veigas, apelou ao Bloco de Esquerda para que retire os cartazes em que surge “uma mensagem em alemão, traduzida para português”, com imagens da chanceler alemã, Angela Merkl, e do primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, e a frase: “um governo mais alemão que o alemão”.
“Trata-se de uma atitude estranha - e que está a causar perplexidade, surpresa e descontentamento, para não dizer outra coisa - junto dos turistas alemães, que não entendem que, junto a empreendimentos turísticos que frequentam, designadamente ‘resorts’ e campos de golfe, apareçam cartazes em alemão a criticar o seu governo e o seu próprio país”, afirmou o presidente da AHETA à Lusa.
Elidérico Viegas disse que estes cartazes foram “colocados deliberadamente” junto de empreendimentos turísticos e estão “a gerar um descontentamento generalizado” junto dos associados da AHETA.
O presidente da AHETA advertiu ainda que estas mensagens podem ter “reflexos negativos quer ao nível da imagem da região, quer ao nível dos interesses económicos tanto das empresas como dos trabalhadores”.
O Algarve é, segundo o dirigente associativo, a principal região turística de Portugal, e o turismo é a principal atividade económica exportadora do país. Por isso, Elidérico Viegas apelou aos dirigentes do Bloco de Esquerda para que retirem os cartazes.
O partido recusou, no entanto, retirar os cartazes e rejeitou “absolutamente” a ideia de que estes tenham sido colocados especificamente à entrada de empreendimentos turísticos.
Numa nota de imprensa de resposta à posição da AHETA, o BE anunciou que “manterá os seus cartazes e que, em democracia, não cabe a qualquer empresário ou associação de empresários aceitar ou recusar qualquer forma de propaganda política legal, como é o caso”.
Fonte do partido acrescentou à Lusa que foram colocados “10 cartazes no Algarve, em toda a região, em rotundas ou estradas nacionais, em locais de grande visibilidade”, e que não foi intenção do partido situá-los deliberadamente junto de empreendimentos turísticos, como a AHETA alegou.
Por Lusa