Foi um regresso que colocou os Dias Medievais em Castro Marim como uma das mais bem- sucedidas recriações históricas do país.
Após dois anos de interregno, a vila raiana regressou ao passado, numa edição sustentada no rigor histórico, maior sustentabilidade ambiental e cultural e maior investimento na segurança e no socorro. Foi também a maior afluência de que há memória.
De 24 a 18 de agosto, foram cinco dias e cinco noites de casa cheia. Milhares de pessoas percorreram as ruas e ruelas encantadas e animadas pelos mais de 30 grupos de animação, nacionais e internacionais, e cerca de 100 exibições por dia, que iam acontecendo em todo o recinto do evento.
No mercado medieval, dezenas de expositores com produtos e experiências gastronómicas. Mas é o no Castelo que se viveu com maior realismo esta viagem medieval. Sendo este o cenário mais leal possível à Idade Média, foi aqui que aconteceram as principais produções culturais e artísticas, como os torneios medievais a cavalo e as recriações de mais de 45 profissões da época. A salientar a participação de jovens artesãos do concelho, que têm promovido e reinventado antigos mesteres, num trabalho contínuo de valorização do património cultural imaterial do território. A já conhecida exposição de Instrumentos de Tortura e Punição, no Paiol do Castelo, continuou a ser uma das principais atrações do evento, mostrando o lado mais bárbaro da época.
Além dos grupos de animação, com malabaristas, zaragateiros, cuspidores de fogo, gaiteiros, equilibristas, espadachins e contorcionistas, um especial agradecimento às centenas de figurantes que, com a sua criatividade, enriquecem este evento a cada edição. Reis e rainhas, cavaleiros de armaduras reluzentes, bobos e jograis, comerciantes, monges, damas e nobres, compõem um cenário que é difícil de esquecer.
Um destaque para os espaços destinados à animação infantil, com muitas novidades, novas oficinas, jogos e carrocéis, que fizeram as maravilhas das crianças durantes estes dias.
A Recriação Histórica no Forte de S. Sebastião foi outro dos palcos deste evento., ocupado pela Associação Companhia Livre, a “Guarnição Militar Século XVII – A Restauração”, com exposições temáticas e demonstrações de esgrima e de equitação.
Como Eco Evento, estes Dias Medievais foram também assinalados pelo maior rigor nas questões da sustentabilidade ambiental, segurança e saúde. A redução e separação de resíduos foi uma das garantias desta 23ª edição, bem como um maior investimento na prevenção e intervenção, quer na área da segurança quer do socorro, com equipas preparadas e equipadas com desfibrilhadores.
O Município de Castro Marim destaca ainda a exímia colaboração das associações locais, que exploraram os parques de estacionamento e as tasquinhas no castelo e no mercado medieval, com ementas repletas de iguarias da época, angariando importantes fundos para as suas atividades anuais. Com igual distinção, o concurso dos estabelecimentos aderentes, cada vez mais com mais participantes e mais envolvidos, neste repto lançado pela autarquia como estímulos à participação e envolvimento da comunidade no evento.
Num difícil contexto pós-pandémico, o Município de Castro Marim decidiu avançar com o evento já em março, o que se traduziu numa organização sustentada em muitos esforços, desde funcionários, dirigentes, associações, empresas, castromarinenses e visitantes, sublinha a vice-presidente Filomena Sintra. O significativo aumento do número de visitantes condicionou algumas decisões, que foram reformuladas durante o evento, nomeadamente de bilheteira, pelo que se lamentam eventuais constrangimentos.
Os Dias Medievais de Castro Marim foram uma organização do Município de Castro Marim, em pareceria as Associações Locais e o apoio institucional da Região de Turismo do Algarve, Direção Regional de Cultura do Algarve, Tavira Gran-Plaza, Município de Guérande e Município de Blain.