POEMA DE SETEMBRO

09:36 - 10/09/2022 OPINIÃO
POESIA por Ofélia Bomba

Poema – homenagem ao grande pintor MEDINA

 

 

Em plácidos dias

Deslizam nossas vidas

Maresias...

E passos felizes em areias sem nome

Quando a tarde se aquieta

E se consome.

 

Tão perto a casa

Abençoada por uma buganvília escarlate

E um livro à espera

Explodindo arte

Como um ferro em brasa.

 

Nele e com ele rever Medina

Deslizar no sublime da sua pintura

Contornar a forma das suas formas

E subir à altura

Da sua altura.

Beber o cálice da cor

Em seu arco-íris de mestre

E tocar a suavidade

A pureza, a rusticidade

A elegância, a bravura agreste

A plenitude, a ingenuidade

A inteligência e até a vaidade

A nudez de alabastro e marfim

Em sua castidade ou seu erotismo

E voar nas asas de cada mão

Que soube pintar com toda a perfeição

E realismo.

Mergulhar no olhar

E na portentosa capacidade de captar

A sua imensidão

 

Fonte de transparência

De alegria, dor, paixão

Esperança, inquietude, irreverência

Timidez, beatitude, saudade ou solidão.

Passear pelos lábios

Percorrer o contorno do rosto

A mensagem de cada postura

E os jogos de luz e sombra

Até à mais escura.

 

Não houve segredos para MEDINA

Que retratou a Natureza de forma magistral

Desde a flor mais pequenina

À riqueza variada de cada animal.

E o homem, a mulher, o seu Minho natal?

O mundo foi seu modelo e seu senhor

Mas foi Senhor do mundo.

E cada quadro que nos deixou

Foi um hino à beleza

Que esse mundo lhe ofertou

Em baixela de prata,

Pois quem assim pintou

Perdura para sempre

E a morte nunca mata!