Lagos vai ter um centro de alojamento temporário para pessoas em situação de elevada vulnerabilidade social, com capacidade para nove famílias, divulgou hoje o município, que promove o projeto com o Movimento de Apoio à Problemática da Sida (MAPS).
Em comunicado, a Câmara de Lagos adianta que o novo equipamento vai apoiar “requerentes de proteção internacional, como é o caso mais recente dos refugiados da guerra da Ucrânia que procuram acolhimento neste concelho, pessoas em situação de sem-abrigo, vítimas de violência e outras situações de emergência social”.
Aquelas entidades apresentaram uma candidatura ao Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração (FAMI) para financiar o investimento previsto de 111.000 euros que, no caso de ser aprovado, irá comparticipar o projeto em 75%, sendo os restantes 25% financiados pelo município.
O investimento previsto irá permitir “a manutenção, apetrechamento e funcionamento do espaço, assim como a afetação de uma equipa técnica multidisciplinar com experiência na gestão deste tipo de estruturas de alojamento”, sendo que iniciativa se insere no projeto “Lagos Apoia Ucrânia”.
Entretanto, a Câmara de Lagos cedeu ao MAPS um edifício escolar desativado, situado em Espiche (freguesia da Luz), tendo ainda atribuído àquela associação um subsídio no valor de 71.500,00 euros destinado à realização das obras de adaptação, atualmente em curso, necessárias para que a estrutura fique preparada para dar resposta a nove agregados familiares.
“O projeto irá englobar não só o espaço de alojamento, mas também o apoio de um técnico de serviço social e de um mediador de suporte às atividades desenvolvidas, criando um alojamento seguro que promova o equilíbrio físico e emocional o mais aproximado de um ambiente familiar”, garante o município.
A Câmara de Lagos acrescenta que “garantir necessidades básicas, proporcionando bem-estar e qualidade de vida, apoiar na obtenção de apoios sociais e na ligação aos serviços da comunidade, incentivar a construção de projetos individuais de intervenção, promovendo aptidões e competências pessoais, profissionais e sociais adequadas a cada pessoa, são algumas das valências desta casa que pretende ser um lar”.
Segundo a autarquia, desde o início da invasão da Ucrânia, recorreram aos serviços sociais municipais 156 agregados, representando 366 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, às quais foi prestado acompanhamento e apoio social.
O apoio traduziu-se na atribuição de “géneros alimentares, produtos de higiene e de limpeza do lar”, assim como “através do encaminhamento e articulação com outras entidades no que respeita às respostas nas áreas da segurança social, saúde, educação, formação e emprego”.
Com a criação deste centro de alojamento, a autarquia do distrito de Faro pretende “minimizar” o “maior dos problemas” que tem enfrentado nos últimos meses, ou seja, a disponibilização de alojamento num concelho muito procurado pelos turistas.
A Câmara de Lagos explica que “atendendo às características do mercado habitacional do concelho, acabou por ser a área mais difícil de corresponder relativamente às pessoas que não conseguiram suprir esta necessidade através do mercado de arrendamento privado, do acolhimento por familiares ou de alojamentos cedidos por outras famílias e particulares”.
O MAPS é uma associação sem fins lucrativos que surgiu em meados da década de 1980 como um movimento informal de um grupo de voluntários para apoiar a comunidade seropositiva, tendo, desde então, alargado o seu âmbito de ação.
Por: Lusa