A Genética como contributo para Genealogia no conhecimento da hereditariedade

10:58 - 16/03/2015 OPINIÃO
GENEALOGIA por Manuel da Silva Costa | mscosta2000@hotmail.com


O método baseia-se na interpretação de diferenças de ADN provocadas por mutações, definidas no tempo e no espaço, que ocorreram ao nível do cromossoma Y, transmitido de pai para filho.  

Assim, a partir de um número limitado de análises cromossomáticas (21 Algarvios), procurou-se interpretar a sua origem (Beleza et al., 2005). (Ver gráfico)

Cinzento - 2 análises indicadoras do Haplogrupo Y denominado G, frequente no Caucaso e Anatólia e relacionado com a expansão da agricultura (Neolítico). A chegada à Península Ibérica é atestada por um esqueleto com 6800 anos, encontrado na Catalunha, portador do Hp.Y – G. No Cineticum (Algarve) os Cónios, já com escrita própria e que assentaram capital em Conistorgis (Périplo Massaliota, séc. VI a.C.) seriam maioritariamente deste Hp.

Azul – 15 testes com Hp.Y - R1b. O portador mais antigo conhecido foi encontrado na Turíngia (Alemanha) com 4500 anos. O mais comum no Algarve, tal como na Europa Ocidental, atinge frequências de 80% em Bascos e Irlandeses. No Cineticum está associado àinvasão dos Célticos (Heródoto, séc. V a.C.).

Castanho – 2 indivíduos com Hp.Y - J2, muito frequente no Líbano, Grécia e Itália, donde foi importado por Fenício-Cartagineses > 800 a.C., Romanos > 151 a.C. e Bizantinos entre 554 e 625. Os Judeus partilham os Hp.Y - J2 e J1.

Amarelo – 1 teste deu Hp.Y - I1a, originário da Escandinávia, onde foram encontrados portadores deste Hp., com 8 000 anos. Da Gotlândia (Suécia), passando pelo Mar Negro, os Visigodos invadiram gradualmente a Ibéria no séc. V.

Verde – 1 teste Hp.Y – J1, marcador dos Árabes que derrotaram os Visigodos em 711 e ocuparam o Algarve até 1250.

Seguiu-se a colonização do Reino de Portugal, herdeiro do Astur-Leonês, o continuador do Visigodo.

Marcadores Paleolíticos (>32 500 anos) foram encontrados em testes mitocondriais (femininos). Para uma imagem mais nítida seriam necessárias mais análises de ADN – de atuais e de antigos...