GENEALOGIA por Manuel da Silva Costa | mscosta2000@hotmail.com

O mapa (fig. A.P.A.) mostra a qualidade (verde) e a falta dela (vermelho) das águas das ribeiras no Algarve. Assim, no concelho de Loulé, as ribeiras de Alte-Algibre-Quarteira, Fonte-Santa e Cadoiço estão a vermelho, tal como estarão as praias onde desaguam – Falésia, Vilamoura, Quarteira e Vale do Lobo…

Muito se tem falado, escrito e inventado sobre os recursos hídricos, o seu uso e pouco sobre o seu abuso… Quando se fala de recursos hídricos, em termos de consumo, esquecemo-nos de referir a qualidade… porque a água não se gasta, apenas se vai deteriorando… em função dos usos.

Uma água potável, deixa de o ser depois de servir uma comunidade urbana, mas pode e deve continuar a ser (re)utilizada para outros fins, nomeadamente a rega… com a vantagem de estar carregada de nutrientes úteis para as plantas.

Os patogénicos lançados no solo sofrem um rápido catabolismo. Pelo contrário, quando os esgotos, melhor ou pior tratados, são lançados no meio hídrico (cursos de água, aquíferos, barragens ou praias) tem efeitos nefastos na qualidade da água, prejudicando a saúde pública, o ambiente e a economia.

Por falar em economia, a principal fonte de rendimento do Algarve é o turismo, que se baseia em sol e praias… que continuam a ser encerradas de tempos a tempos devido à poluição…

Países carentes de água, onde a (re)utilização é uma prática corrente, apresentam por acréscimo o meio hídrico despoluído.

Como exemplo comparativo, Israel reutiliza mais de 80% das águas municipais, a Espanha mais de 20% e o Algarve quase 0,5%, dos 50 milhões disponíveis anualmente… que descaramento invocar a falta de água.

Relativamente ás Águas do Algarve - têm desenvolvido um notável trabalho na depuração dos esgotos urbanos. Só que esse trabalho ciclópico não tem sido suficientemente completado em termos de reutilização…

Água é sinónimo de vida e a sua gestão é indicadora do nível civilizacional de uma sociedade. Quando uma está inquinada… a outra também.