Fotos Filipe Vilhena | D.R.
Hospital de Faro tem nova Unidade de Medicina Intensiva com 14 camas

11:02 - 05/11/2022 FARO
Foram também inaugurados uma área destinada a um Centro de AVC e o laboratório de Ortoprotesia.

O dia de ontem, 04 de novembro, sexta-feira, ficou marcado pela inauguração da nova Unidade de Medicina Intensiva do Hospital de Faro, com uma resposta de 14 camas passível de expansão.

Manuel Pizzarro, Ministro da Saúde, frisou que esta novidade permite «uma evolução da unidade, aproveitando os recursos já existentes», de modo a ter as «instalações preparadas para a procura».

O responsável acrescentou ainda que «temos aqui uma capacidade efetiva de expansão da utilização de cuidados intensivos e isso é muito importante para os utentes, mas também para os profissionais, que querem trabalhar em locais que tenham os equipamentos mais adequados e as formas de tratamento mais modernas».

Sem margem para dúvidas, a nova Unidade de Medicina Intensiva «é um contributo para atrair e fixar profissionais», frisou Manuel Pizzarro.

Ana Varges Gomes, Presidente do Conselho de Administração do CHUA – Centro Hospitalar Universitário do Algarve, agradeceu «a capacidade de inovação das nossas equipas e a excelente colaboração entre a Universidade». A responsável acrescentou ainda que «vão existir projetos muito interessantes e vamos todos crescer […], vai ser uma experiência muito útil para todos».

A Presidente do Conselho de Administração do CHUA falou da necessidade de «renovação» das Unidades de Medicina Intensiva e do objetivo final: «fazê-las estar à altura de qualquer resposta que vá ser necessária no futuro». Ana Varges Gomes reforçou que o CHUA tem as instalações necessárias para captar «novos médicos e enfermeiros».

O vereador Adriano Guerra, em representação do Presidente da Câmara Municipal de Faro, Rogério Bacalhau, começou por lembrar que «a saúde na região do Algarve não é aquilo que nós ambicionamos e mereceremos», mas que há margem para «servir melhor a população». No seu discurso, agradeceu ainda a todos os profissionais de saúde o trabalho que têm «desenvolvido na região nos últimos anos», particularizando a nova Unidade de Medicina Intensiva e reconhecendo o seu valor a população algarvia.

Foto: Horácio Guerreiro, Diretor Clínico do CHUA 

 

Unidade vai permitir «uma grande elasticidade» no tratamento

Horácio Guerreiro, Diretor Clínico do CHUA, referiu que a unidade vai permitir «uma grande elasticidade» no tratamento.

«Vamos aumentar o espaço da Urgência, que é sempre problemática, até para acomodar alguns doentes que ficam lá retidos à espera de vagas no internamento, e libertaremos uma unidade de cuidados intermédios para atribuir à decisão clínica e à Urgência, o que aumenta muito o nosso potencial ao nível dos cuidados intensivos», acrescentou.

As 14 camas poderão ser transformadas em 24, em caso de necessidade, e seis delas estão especificamente vocacionadas para os doentes AVC (Acidente Vascular Cerebral), que a nível de cuidados intermédios são considerados de nível 02. O espaço e as camas podem ser, no entanto, «reconvertidos para nível 03, os cuidados intensivos de nível mais elevado», acrescentou o Diretor Clínico do CHUA.

Além disso, será também possível «avançar na diferenciação» do Hospital de Faro, que conta iniciar cirurgias cardíacas «a curto prazo, de entre três a seis meses», existindo já «uma equipa altamente diferenciada» que pretende ir para lá trabalhar, acrescentou Horácio Guerreiro.

Por fim, o Diretor Clínico do CHUA salientou que «estamos a enviar cerca de 150 doentes do coração para serem operados em Lisboa – um volume bastante grande –, além da cirurgia torácica, que também passaria a ser feita cá. É importante ter cuidados intensivos e elasticidade na oferta de cuidados intensivos, porque muitos desses doentes, da cirurgia cardíaca ou pulmonar, precisam de cuidados intensivos».

Área destinada a um Centro de AVC e laboratório de Ortoprotesia inaugurados

A nova unidade partilha uma área destinada a um Centro de AVC, também ontem inaugurada, que melhora a capacidade de resposta ao nível da trombectomia (intervenção endovascular), evitando a deslocação de doentes para Lisboa, «onde muitas vezes chegavam sem tempo de intervenção», admitiu o Diretor Clínico do CHUA.

Foi também inaugurado um laboratório de Ortoprotesia, em cooperação com a Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve, que permitirá produzir internamente próteses e ortóteses.

«Por um lado, são produtos que representam muitos encargos financeiros e, por outro lado, são desperdiçados. Com o que aqui estamos a fazer, [conseguimos] fabricar produtos adaptados a cada pessoa e depois reaproveitar esses produtos, quando uma pessoa já não precisa, para utilizar noutra pessoa», explicou Horácio Guerreiro.

O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, entregou a uma criança a primeira ortótese de membros inferiores produzida no centro.

Durante a manhã de ontem, foi igualmente inaugurado o Hospital Terras do Infante, em Lagos, infraestrutura onde antes funcionava uma unidade privada e que em janeiro passou a integrar o CHUA, a par das unidades hospitalares de Faro e de Portimão.

 

Por: Filipe Vilhena/ Lusa

 

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