A Cooperativa Agrícola GuadiMonte apresentou ontem, em Alta Mora, o Projeto de Reflorestação da Área Degradada da Eira-da-Zorra – PRADE, que vai dar vida a 34 hectares da serra de Odeleite, entre outras medidas de investimento que ambicionam travar a desertificação e promover o regresso às raízes.
A sessão foi conduzida pelo presidente da Cooperativa GuadiMonte, Valter Matias, e representantes dos parceiros do PRADE - a vice-presidente do Município de Castro Marim, Filomena Sintra, a António Baião, da CONFRAGI, e da Universidade do Algarve o Prof. Carlos Guerrero, diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia. Contou ainda com a presença de honra da vice-presidente da CCDR-Algarve, Elsa Cordeiro.
Com o principal objetivo de combater a desertificação, o projeto PRADE surge no contexto do incêndio que lavrou este território no verão de 2021. A missão é agora a de reflorestar com espécies autóctones de crescimento lento, resilientes e tolerantes a ambientes secos, como é o caso da alfarrobeira, do medronheiro, do sobreiro e da azinheira. A intervenção engloba também a recuperação das espécies arbóreas sobreviventes ao incêndio, nomeadamente as que integram o tradicional pomar de sequeiro Algarvio, e a beneficiação da rede de caminhos rurais, desenvolvida pelo município de Castro Marim.
Caberá à Universidade do Algarve a realização de ensaios, monotorização de espécies e testes de germinação/sobrevivência, “porque muita embora a experiência nos traga muito conhecimento, a verdade é que nós não sabemos tudo e há muitas coisas que têm falhado até aqui”, sublinhou Valter Matias na apresentação.
Para acompanhar todo o processo no terreno, num projeto que deverá desenvolver-se até ao início do próximo ano, será criado um Gabinete Técnico Local de Apoio ao Desenvolvimento de Ações e Projetos de Combate à Desertificação, a partir da requalificação da antiga escola primária da localidade da Corte Pequena.
“O sucesso da iniciativa dever-se-á à alma e à entrega daqueles que aqui vivem, à cooperativa e à forte ligação de parceiros ativos, com particular destaque para a Universidade do Algarve, que saiu do seu campus e está regularmente a acompanhar o desenvolvimento das ações, desde a construção do furo ao estudo dos solos, e trará o lado científico a um projeto de desenvolvimento rural, que poderá vir a inspirar outros projetos a nível regional e nacional”, concluiu a vice-presidente Filomena Sintra acrescentando ainda que “é necessária uma visão e ação mais hipostila, exigindo das entidades licenciadoras e financiadoras ajustamentos nas suas políticas”.
O PRADE representa um investimento total de 896.036,13 € (investimento elegível de 810.941,41 €) sendo financiado pelo Programa COMPETE 2020, no âmbito do Aviso 13/REACT/2021, apoiado por Portugal e União Europeia, cofinanciado a 100% pelo FEDER.