Chamam-lhe «A Família Sueca» e fazem parte da comunidade de residentes em Albufeira oriundos daquele país escandinavo. São mais de meio milhar, na sua maioria reformados, que encontraram a sul as condições ideais para o seu tempo de descanso.
Mas desengane-se quem pensa que estão aqui só pelo sol e para descontrair.
“A comunidade sueca tem estado muito presente naquilo que é o dia a dia da AHSA e contribui permanentemente para que possamos dar melhores respostas sociais a quem nos procura”.
Quem o diz é Carlos Santos, Presidente da AHSA – Associação Humanitária de Solidariedade Albufeira, IPSS do concelho a caminho dos 25 anos de existência, que, há cerca de uma década, conta com a preciosa ajuda desta comunidade.
“Estão connosco há uns nove anos, altura em que iniciaram a contribuição para a nossa obra nas mais variadas áreas”, refere Carlos Santos.
O foco principal está nas crianças e é para elas que muitos destes contributos são direcionados. Material escolar, roupa e calçado, óculos, medicamentos e consultas médicas são adquiridos com o contributo desta comunidade, numa estimativa que varia entre os 900 e os 1000 euros mensais.
Além do contributo direto, as viagens de regresso a Albufeira, após as férias com a família na Suécia, são sempre sinónimo de novas ofertas, sobretudo para os mais novos, quer sejam roupas ou brinquedos que ainda possam ser utilizados.
Para estreitar laços com esta comunidade e dar a conhecer a sua obra, a AHSA organizou um almoço convívio no passado sábado, dia 29 de abril, no refeitório do Centro de Dia do Rossio, um dos equipamentos sociais geridos por esta instituição.
Refira-se que, para além da gestão deste equipamento, a AHSA desenvolve ainda várias ações de apoio a famílias, desde logo a atribuição de cabazes alimentares, roupa, brinquedos e material escolar.
Noushin Nadjafi é uma das representantes desta comunidade e a maior entusiasta deste projeto. Para ela, “a relação que temos com a AHSA permite-nos perceber melhor os problemas da comunidade onde estamos inseridos e como podemos contribuir”. “Esta é também uma forma de agradecermos a maneira como somos aqui acolhidos e de nos sentirmos integrados”, refere ainda.
Num convívio repleto de emoções fortes, os sorrisos alternaram com alguma consternação, pois os traços da atual crise estão bem vincados, com a procura por apoio alimentar a disparar nos últimos meses. Este é um problema para o qual a AHSA tem procurado soluções no sentido de aumentar a resposta possível, e para a qual a comunidade sueca ficou ainda mais sensibilizada.
“Esta é uma parceria para continuar, pois acreditamos muito no trabalho da AHSA, na sua missão e estamos certos de que a nossa contribuição chegará a quem realmente precisa” realça Noushin Nadjafi, representante e porta-voz de uma comunidade que, não sendo muito numerosa, procura estar atenta, presente e disponível para colaborar com as instituições locais, em prol do bem comum.