O Dia do Município de São Brás de Alportel, no passado dia 1 de junho teve por ponto alto a Cerimónia de Inauguração do Monumento aos Combatentes São-brasenses, no Quarteirão Fonte Maria, na zona norte da Vila de São Brás de Alportel na Rua das Comunidades Portuguesas.
Este novo espaço foi o palco da Sessão Solene Comemorativa do Dia do Município, que integrou ainda a Cerimónia de Entrega de Insígnias Municipais e a Tomada de Posse da Comissão de Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
A construção do monumento aos combatentes são-brasenses é o culminar da iniciativa de Tributo aos Combatentes à qual a Câmara Municipal deu início em 2021, tendo contado com a colaboração da Junta de Freguesia e da Liga dos Combatentes e com um grande envolvimento da comunidade são-brasense. Nestes dois anos foi já possível identificar cerca de 130 combatentes da Guerra do Ultramar e publicar, com a colaboração dos jornais locais, mais de 50 relatos de memória, que mensalmente são publicados na imprensa local e também nas redes sociais e página do município na internet.
Este monumento pretende prestar homenagem a todos os são-brasenses que ao longo de todos os tempos e por todos os continentes, combateram, em honra da Pátria Lusa, nas mais diversas Guerras, Conflitos e Missões, pelo seu contributo à paz. Muitos trouxeram feridas no corpo e na alma… alguns deram a própria vida, tomando em combate, na I Grande Guerra e na Guerra do Ultramar, a quem o município presta reconhecido tributo com a inscrição do seu nome, para a eternidade, neste monumento.
Um espaço concebido como ponto de entrada do futuro Jardim dos Combatentes que envolverá a futura Unidade de Saúde Familiar e fará a união harmoniosa entre o Terminal Rodoviário Circular e o futuro Campus Social, que irá albergar diversas respostas sociais à comunidade. A construção do monumento foi adjudicada à empresa J. G. Benedito, Lda e conta com um investimento de 63.963,38 euros, acrescidos de IVA.
No ocasião e numa sentida homenagem, o vice-presidente da Liga dos Combatentes, Major General Fernando Aguda, sublinhou que os combatentes têm sempre consigo um desejo ardente comum: a paz. Objetivo que sublinhou, também é encontrado junto ao novo monumento são-brasense que procura ser mote para a reflexão sobre as formas de construção da paz.
“Maduros na vida, mas jovens, estamos aqui para confraternizar e passar testemunho às novas gerações”, afirmou. A sua mensagem ficou marcada pela entrega das mais elevadas condecorações a feridos em combate.
O presidente do Núcleo de Faro da Liga dos Combatentes, Henrique André, agradeceu à Câmara Municipal, à Junta de Freguesia e às Assembleias Municipal e da Junta de Freguesia de São Brás de Alportel pelo apoio que têm dado na dinamização da Delegação do Núcleo em São Brás de Alportel, tendo aproveitado para presentear o presidente da Câmara Municipal, Vitor Guerreiro, a vice-presidente, Marlene Guerreiro, e o presidente da Junta de Freguesia, João Rosa com medalhas, símbolo de reconhecimento por este apoio.
“Sinto-me muito honrada e feliz por estar aqui… no momento em que inauguramos um monumento que é muito mais do que um tributo aos combatentes do passado. Este monumento é acima de tudo um apelo à Paz, que está nas mãos de todos nós e uma mensagem de esperança e gratidão para com todos os construtores da paz”, afirmou Marlene Guerreiro.
Já Vitor Guerreiro disse sentir que este monumento e as homenagens realizadas no dia 1 de junho vieram saldar uma dívida que os são-brasenses tinham para com a sua história e os seus combatentes. “É o agradecimento sentido da nossa comunidade, a todos aqueles que ao longo da história serviram a Pátria, honrando o país e o concelho”, sublinhou deixando também uma mensagem de agradecimento e reconhecimento às famílias dos combatentes. “Que a história de coragem e união dos nossos combatentes, nos sirva de exemplo e de inspiração, para que possamos vencer estes exigentes desafios e que possamos assim trilhar os caminhos da igualdade, da tolerância e da paz”.
Seguiu-se uma homenagem aos combatentes caídos na I Grande Guerra e na Guerra do Ultramar, com entrega de medalhas aos seus familiares mais próximos e a entrega de medalhas aos antigos combatentes são-brasenses que sobreviveram. Um gesto a que se soma o esforço que o Município de São Brás de Alportel tem feito para homenagear estes heróis salvaguardando as suas experiências e memórias com entrevistas que são publicadas mensalmente nos jornais locais e no site do Município para memória futura.
A cerimónia terminou com um toque de silêncio, a deposição de três coroas de flores no monumento, o toque de continência aos mortos e o toque de alvorada.
Importa recordar que este monumento procura recordar a coragem, a resistência e a solidariedade entre companheiros de guerra, mas também das suas famílias, mas que será também mote para a reflexão sobre a atualidade, sobre o futuro e sobre as formas de construção e preservação da paz entre povos.
Esta escultura urbana é composta por cinco blocos de pedra da região, cinco como os continentes, os oceanos ou os elementos da natureza, esculpidos a brecha e calcário, talhados por mestres locais e das pedreiras do concelho, que procura simbolizar a dureza, a resistência e a resiliência dos antigos combatentes e das suas famílias. No verso, um mapa mundo lembra todos os continentes por onde estiveram os são-brasenses e todos os países que vivem conflitos armados, em solidariedade para com todas as suas populações.
O projeto concebido pela arquiteta Marta Santos, elemento da Unidade de Urbanismo do Município, pretende representa a união, a solidariedade e camaradagem entre companheiros e recorda os combatentes da 1º Guerra Mundial (1914 -1918), da Guerra do Ultramar (1961-1974), prestando ainda tributo a todos os combatentes das Missões Humanitárias, no Passado e no Presente. Na cerimónia foram muitos os elementos de missões no passado que marcaram presença, estando presente também o Cabo Fuzileiro Luis Jesus, que na atualidade representa Portugal nestas missões tendo há puco regressado de uma missão na República Centro Africana.