“A mobilidade ciclável em Portugal padece ainda de algumas deficiências, que esta proposta pretende colmatar. Uma dessas deficiências prende-se, por um lado, com a falta de estacionamentos para bicicletas e, por outro, nas escassas soluções que facilitem quer o acesso das mesmas a infraestruturas de transportes públicos (como sejam, rampas em escadas), quer de acondicionamento das mesmas para que possam viajar nos transportes coletivos”, afirma a porta-voz e deputado do PAN, Inês de Sousa Real 

 

Com efeito, ao contrário do que sucede em Portugal, vários países europeus dispõem já de uma ampla oferta e variedade de opções de estacionamento para bicicletas. Para além dos tradicionais estacionamentos em género de postes, é comum a existência de grandes parques de estacionamento para bicicletas fechados e com circuito filmado, semelhante a um tradicional parque de estacionamento para automóveis, localizados junto a zonas de grande movimentação e/ou perto de terminais de transporte ou serviços/edifícios estratégicos. É esta boa prática que o PAN quer ver implementada e disseminada por todo o país", frisa.

 

Para além de mais estacionamentos para bicicletas, o PAN considera ainda que urge garantir que as bicicletas possam ser transportadas nos transportes coletivos com segurança para todos. 

 

Portugal tem dado passos em matéria de promoção da mobilidade ciclável, como sejam, no Orçamento do Estado (OE) para 2023 por iniciativa do PAN, através da descida do IVA para 6% para aquisição e reparação de bicicletas e de 1 milhão de euros para a Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável 2020-2030, mais do que duplicando a verba anteriormente prevista no (OE). Do mesmo modo, o número de ciclovias em Portugal tem vindo a registar um aumento nos últimos anos, nomeadamente em 2021 e 2022, bem como o número de utilizadores de bicicletas como meio de locomoção. Contudo, o país que mais bicicletas produziu na Europa em 2021 e 2022 investe apenas 30 cêntimos por pessoa na promoção da bicicleta, o valor mais baixo em toda a Europa.

 

Na União Europeia, o setor dos transportes tem sido não só um dos mais difíceis de descarbonizar, como é o único setor que tem aumentado a sua emissão de gases com efeito de estufa (GEE) desde 1990, sendo que os automóveis de ligeiros de passageiros e os veículos comerciais ligeiros produzem cerca de 15% das emissões totais de CO2 da União Europeia. 

 

"Se queremos atingir os objetivos do Acordo de Paris e atingir uma redução em 55% dos GEE até 2030, tal como definido pela Lei Europeia do Clima, descarbonizar a indústria dos transportes e a indústria automóvel deve ser visto como prioritário e a mobilidade ciclável assumida como uma alternativa credível a estes meios de transporte mais poluentes", defende a porta-voz e deputada do PAN, Inês de Sousa Real.

 

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