Lactose

10:21 - 06/07/2023 OPINIƃO
GENEALOGIA por Manuel da Silva Costa | mscosta2000@hotmail.com | mscosta2000@gmail.com

A lactose é o açúcar do leite e os mamíferos lactantes estão preparados para digerir a lactose, característica que perdem quando deixam de mamar.

No entanto, após o período Neolítico, com início há 10 000 anos na Anatólia, o leite de certos ruminantes (vacas, cabras e ovelhas) começaram a ser utilizados na alimentação humana.

Especialmente no norte da Europa, o gado bovino começou a ser selecionado para produzir mais leite. Mesmo atualmente, as principais raças de vacas leiteiras (Holstein-Friesian, Jersey, Normanda, etc.) são daqui provenientes.

Não só as vacas foram selecionadas para produzirem (muito) mais leite, como também os humanos mais tolerantes á lactose tinham mais hipóteses de sobrevivência e de reprodução… daqui a designação de Germanos (prolíferos). Iberos, Gregos e Romanos preferiam outras bebidas…

A simbiose Germano-vaca é de tal ordem que na mitologia Nórdica, a vaca Audhumbla representa o primordial da vida. Manadas seguiam as “grandes” migrações Germânicas da antiguidade e ainda hoje, o leite e seus derivados são a base alimentar desta gente.

Os povos menos tolerantes á lactose contornaram o problema genético transformando o leite em laticínios (queijo, iogurte, etc.), que consiste na eliminação da lactose por processos biológicos.

A típica elevada estatura dos povos ancestralmente consumidores de laticínios, tal como o crescimento corporal que se tem verificado nas demais populações está associado ao aumento do consumo destes produtos de elevado teor proteico…

Como se pode observar pela figura, os povos Germânicos (amarelo) são em mais de 90% tolerantes á lactose. Segue-se uma graduação de 90-80% de tolerância (vermelho), onde se incluí o Norte de Portugal e 80-70% (verde) no Sul do País.

O mapa da distribuição do marcador genético masculino Y-I1a, mais frequente na Escandinávia (50%), é em tudo semelhante ao da tolerância á lactose. No Norte de Portugal a frequência do haplogrupo Y-I1a é de 8,3% e terá origem Sueva, enquanto que os 5,6% a Sul do Tejo terá raiz Visigoda…