Por: Manuel Possolo Viegas | possoloviegas@gmail.com
					
	Perguntei ao vento quem sou
	O vento sorriu e disse:
	Quem tu és eu não sei
	Pergunta à nuvem que soprei
	Perguntei à nuvem que me disse coisas que não gostei
	 
	Muitos anos se passaram
	Já vivi uma longa vida
	Contei dias, contei noites
	Não foi uma vida perdida
	 
	Ninguém é dono de si
	Ninguém é o que quer ser 
	Todos temos a nossa cruz 
	É assim até morrer
	 
	Nascemos com dois destinos
	Um deles eu já cumpri
	Não posso dobrar o tempo
	Do tempo que eu já vivi
	 
	Assusta-me a ver os dias
	A passarem velozmente
	As horas não são tardias
	Atormenta muita gente
	 
	Não podemos perderá fé
	Dom que Alguém nos deu
	Ninguém sofreu quanto Ele 
	Mas Ele também morreu