Marcelo espera que falta de professores se resolva rapidamente e incentiva diálogo

09:32 - 13/09/2023 ATUALIDADE
O Presidente da República defendeu ontem ser preciso que a falta de professores nas escolas «seja resolvida rapidamente» e apelou ao diálogo entre «responsáveis educativos e professores» a começar «logo no início do ano letivo».

“Em relação aos professores que falta ainda distribuir, é preciso que essa instabilidade – e eu acho que vai acontecer isso – seja resolvida rapidamente”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa, à margem da cerimónia de abertura do ano académico 2023/2024, na Aula Magna da Universidade de Lisboa.

O chefe de Estado fazia referência à falta de professores nas escolas, facto que marcou o arranque do novo ano letivo, e salientou que, este ano, o ensino básico, secundário e superior se iniciam na mesma data, desejando a todos “um bom começo”.

“Este [ano letivo] tem aparentemente 80 mil alunos para saberem finalmente qual é o professor numa cadeira, mas eu espero que isso possa acontecer rapidamente. Porque, embora 80 mil sejam pouco em relação a 1,3 milhões, para eles 80 mil é importante”, salientou.

Questionado pelos jornalistas, o Presidente da República distinguiu a falta de professores de uma outra problemática do setor, as greves dos docentes e as negociações com o Governo.

“Em relação ao resto, que é à forma de, ao longo do ano letivo, continuar o diálogo e se chegar a entendimentos entre responsáveis educativos e professores, eu aí acho que é o caminho que deve ser feito, não há outro caminho”, apelou.

Para o chefe de Estado, esse diálogo deve “começar logo no início do ano letivo” e deve “ser um diálogo que procure dar os passos que são possíveis em cada momento entre sobretudo Estado, escolas, responsáveis de gestão das escolas, professores”.

Questionado sobre se o país está a deixar os jovens mais qualificados sair do país, Marcelo respondeu que é preciso que aqueles que se formam “tenham saídas profissionais à medida do que é o seu sonho” e que “há passos dados agora recentemente, ou anunciados pelo Governo, quanto à contratação de profissionais, milhares de profissionais à saída da sua formação”.

“Vamos ver como é que isso se concretiza”, acrescentou.

Quanto ao problema da habitação e do alojamento estudantil, especialmente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, Marcelo considerou que “o Governo está atento a isso” e as universidades também, e que o problema “implica multiplicar residenciais” e “multiplicar formas de apoio reforçado em termos sociais para as pessoas poderem aguentar e poderem estudar em sítios tão caros”.

Marcelo Rebelo de Sousa foi ainda interrogado sobre as medidas fiscais ontem apresentadas pelo PSD e se uma eventual “folga orçamental” poderia ser usada para redução fiscal.

“Vamos ouvir o Governo, o Governo tem certamente ideias sobre isso e o Orçamento do Estado é o local adequado para mostrar as suas ideias”, respondeu.

O ano letivo 2023/2024 arrancou a partir de ontem para cerca de 1,3 milhões de alunos do 1.º ao 12.º ano, mas muitos não terão ainda todas as disciplinas por faltarem professores nas escolas.

O ministro da Educação, João Costa, reiterou que o problema “está identificado”, uma situação que “não é nova”, garantindo que o Governo está a desenvolver várias medidas para tentar superar o problema.

A falta de professores afeta sobretudo as escolas das regiões do Algarve e Lisboa e Vale do Tejo, mas também algumas disciplinas em particular, como Português, Matemática ou Informática.

 

Por: Lusa