Depois de uma legislatura com o Governo do Partido Socialista a revelar total desrespeito pelas Forças Armadas, com consequências graves ao nível da redução dramática do número de efetivos,

desvalorização das carreiras militares, perda de rendimentos e desinvestimento em materiais e equipamentos, 2023 revelou agora graves prejuízos nas indústrias da Defesa Militar, por responsabilidade direta do governo.

Se há rotina evidente é a que mostra que onde o governo teve, desde 2015, interferência direta ou indireta na gestão da dimensão pública, ou conexa, dos transportes aéreos e terrestres, à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o desastre financeiro aconteceu.

O PS é responsável por uma redução do número de efetivos de 29.178 em 2015 para 23.692 agora, o que significa uma diminuição de 19% em menos de 8 anos.

Portugal foi em 2022 o 9.º país da NATO com o menor peso de despesa em Defesa no PIB, apenas 1,42%, e para este ano a própria NATO estima que Portugal invista apenas 1,48% do PIB na área da Defesa.

E agora, como o recente Relatório e Contas Consolidado de 2022 da IdD Portugal Defence S.A, a Holding que gere as indústrias de Defesa Nacional mostra, a gestão das empresas no sector apresentou um prejuízo de 10.906.839,32 de euros, a somar aos prejuízos de 4.321.787,90 de euros de 2021.

O CDS-PP não pode deixar de lamentar tais prejuízos, de mais de 10 milhões de euros, demonstrativos da má de gestão na área da Defesa Nacional e da falta de oportunidade para rentabilizar este ramo, nomeadamente num ano como 2022, em que era exigível que o Governo tivesse olhado para a indústria de Defesa Nacional como uma das

prioridades de investimento. Poderíamos e deveríamos ter investido na produção e na reparação de material e equipamento militar e não, como aconteceu, aumentar o prejuízo das empresas públicas, ou participadas com dinheiro público, em vários milhões de euros.

Ao longo dos últimos anos o ministério da Defesa tem sido um foco de problemas e suspeitas, que adensaram perplexidades e justificaram várias demissões.

A Defesa Nacional é uma área estratégica e de soberania. Com o CDS-PP na tutela em governos passados, as Forças Armadas foram modernizadas, reequipadas, dignificadas e o respetivo sector empresarial reestruturado, passando a criar oportunidades de negócio, com uma visão profissional na gestão.

Desde 2015 e com o PS no governo, este rumo foi lamentavelmente revertido. O que era motivo de orgulho, passou a ostentar problemas e prejuízos.

Para o CDS-PP é momento de o primeiro-ministro decidir uma remodelação urgente do ministério da Defesa, destinada a ultrapassar os graves problemas que se agravam, por responsabilidade direta do governo.

 

Nuno Melo, Presidente do CDS-PP