Um grupo de professores está a apelar para a participação nas manifestações pela habitação, agendada para dia 30, lembrando os que «já correram o país de casa às costas» e para quem o alojamento é um dos grandes problemas.
“Como professores e profissionais da educação em defesa da escola pública afetada pela crise na habitação, apelamos à participação nas manifestações Casa Para Viver no dia 30 de setembro em diversas cidades”, lê-se no manifesto do movimento Unidos Somos Imparáveis, subscrito por cerca de 170 docentes.
O movimento de professores surgiu em janeiro, numa altura muito marcada pela contestação nas escolas, para apelar à união das organizações sindicais do setor, sob o mote “Unidos somos imparáveis. A força dos professores e educadores é a sua união”, juntando mais de duas mil assinaturas.
Oito meses depois, o movimento volta a lançar um apelo, desta vez à participação nas manifestações organizadas pela plataforma Casa Para Viver, em várias cidades do país, em defesa da habitação e por justiça climática, contra a precariedade e o aumento do custo de vida.
“Muitos de nós já correram o país de casa às costas, pagando a dobrar”, recorda o texto, em que os docentes sublinham que para os milhares de professores deslocados o custo da habitação foi sempre um dos principais problemas, mas representa hoje um esforço impossível.
“Aumentam as prestações bancárias e sobem as rendas. Em várias cidades, desapareceram os quartos para arrendar. A especulação imobiliária reflete-se nas escolas”, referem, apontando estes como alguns dos motivos para a atual falta de professores.
Em resultado, acrescentam, “os jovens, recusando uma vida penosa, sempre a partilhar casa longe da família, acabam por afastar-se de uma profissão que precisa deles”, enquanto muitos abandonam a carreira docente por não conseguirem pagar casa.
Por isso, exigem ao Governo “medidas urgentes” de apoio aos professores deslocados, incluindo um programa de emergência para alojamento, a rápida adaptação de edifícios públicos e conversão de casas devolutas em habitação pública.
A manifestação, agendada para dia 30, conta já com a adesão de, pelo menos, nove cidades: Aveiro, Barreiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Guimarães, Lisboa e Porto.
Por: Lusa