André Magrinho, Professor universitário, doutorado em gestão | andre.magrinho54@gmail.com
Os prémios do «World Travel Awards (WTA)» 2023, são considerados os «óscares» do turismo. Atribuídos pelos profissionais do setor numa escala mundial, desde 1993, distinguindo o trabalho realizado na indústria turística, pretendem estimular a competitividade e a qualidade no turismo.
Num mundo em que a comunicação e o marketing são fundamentais para promover a oferta turística e criar imagens de marca, as distinções atribuídas aos destinos e aos produtos turísticos muito contribuem para o reforço da imagem e competitividade dos mesmos.
Naturalmente que Portugal ao ser eleito o “Melhor Destino Turístico da Europa” e o Algarve, o “Melhor Destino de Praia da Europa, no WTA 2023, que decorreu na Geórgia, no passado dia 29 de setembro, estão naturalmente de parabéns.
Acresce que foram atribuídos a Portugal 22 distinções nas várias categorias: para além dos já mencionados, relevam-se a cidade do Porto como “Melhor Destino City Break da Europa", Lisboa como “Melhor Destino de Cidade da Europa" e a Madeira, o “Melhor Destino Insular da Europa", o “Dunas Douradas Beach Club”, em Almancil, como melhor Resort de Villas, o “Monte Santo Resort” no Carvoeiro, como o Resort mais romântico, entre muitos outros.
É sabido que estes prémios não caem do céu, pelo contrário, são o reconhecimento do muito mérito e trabalho que as várias partes interessadas, hotelaria, restauração, Turismo de Portugal, autarquias, operadores turísticos, associações empresariais do setor, e muitos outros agentes privados e públicos, têm vindo a realizar de forma persistente, consistente e inteligente. E, vale a pena enaltecer esta capacidade do setor para fazer bem as coisas, com base numa estratégia que tem vindo a ser concebida, partilhada e executada ao longo do tempo, em que apesar das divergências que possam existir, os agentes económicos e as instituições e entidades públicas nacionais, regionais e locais, têm conseguido encontrar os necessários espaços de cooperação estratégica em torno de objetivos comuns, para se atingirem bons resultados.
Em abono desta partilha de interesses e objetivos, é expectável que 2023 seja um excelente ano turístico.
Esse trabalho conjunto vai também ser necessário para vencer novos desafios e superar dificuldades com que o setor atualmente se confronta, sobretudo a escassez e a qualidade da mão de obra, traduzida nas qualificações e competências necessárias aos diferentes segmentos do turismo, desde logo a hotelaria e a restauração.
Isso exige cooperação por partes das diferentes partes interessadas, privadas e públicas, que vão para além do setor do turismo em sentido restrito.
Por exemplo, a escassez de habitação em condições acessíveis, reflete-se na atração de mão de obra para o Algarve. A qualificação exige a mobilização das empresas e também das instituições públicas ligadas à formação. Importar legalmente mão de obra, qualificar e requalificar mão de obra portuguesa e estrangeira para o setor, exige planeamento e união de esforços por parte dos agentes económicos e das entidades públicas, direta e indiretamente ligadas ao turismo.