Ricardo Filipe e Filipe Carvalho viveram uma verdadeira epopeia no Rali Terras D Aboboreira, com a dupla a ir de menos a mais até lograr concluir num excelente 7º lugar entre os concorrentes do Campeonato de Portugal de Ralis.
Os dois dias de competição da terceira prova do campeonato transformaram-se num teste verdadeiramente extremo às capacidades física e mentais de Ricardo Filipe e Filipe Carvalho. Cientes da dificuldade acrescida que a prova nortenha ostentava, seja pelo seu traçado competitivo, seja pelo naipe de luxo de equipas participantes, a dupla do Skoda Fabia R5 teve de demonstrar uma enorme capacidade de superação para ultrapassar todas as dificuldades.
“Começamos um pouco à defesa. Entramos no Qualifying até com algum nervosismo, até porque o facto de termos tido um excelente rali no Algarve, criava-nos alguma pressão para andar bem e acabamos por fazer nas duas passagens tempos que considero apenas razoáveis. Depois, o primeiro troço cronometrado foi muito duro e criou-me mesmo alguma desmotivação. A lama e o nevoeiro cerrado acabaram por me fazer hesitar em demasia e perder alguma concentração e vontade em atacar. Não conseguia andar rápido, colocar o carro e essa ausência de eficácia nada tinha a ver com as notas ou com o Skoda. Só tinha a ver comigo, o Ricardo Filipe!... Aliás, tudo isso fez-me pensar que vou ter de trabalhar muito o aspeto psicológico no futuro, para melhorar a minha capacidade de gestão de provas com estas características”, revela o piloto algarvio.
Ricardo Filipe realça “a força e o ânimo que o Filipe Carvalho, o Manuel Castro, a equipa, os meus pais e o meu amigo José Martins me deram e que me fez ultrapassar esse momento menos bom e foi por eles que não deitei logo a toalha ao chão. Acabou por ser um dia menos conseguido e onde, claramente, andei muto abaixo do que sou capaz, tendo passado pela Super Especial noturna ainda com cautela., pois Chovia muito e tentamos não cometer erros”, concluindo a etapa inicial da prova no 13º posto entre os concorrentes do CPR.
O segundo e decisivo dia da prova organizada pelo Clube Automóvel de Amarante seria bem mais risonho para as ambições da dupla que defende as cores da Olha o Cogumelo.
O arranque da etapa de sábado veria um Ricardo Filipe completamente mudado: “a noite foi boa conselheira e acordei muito mais motivado. A Racing 4 You foi incrível a trabalhar no carro e mudamos as afinações para colocar o Skoda um pouco mais macio. Começamos logo a melhorar os nossos tempos e, na segunda ronda, voltamos a endurecer um pouco o carro, porque os pisos estavam já completamente secos. Conseguimos ir subindo na classificação, detendo os ataques de quem estava atrás de nós e ultrapassando alguns dos nossos adversários diretos. A confiança foi crescendo e o 7º lugar final nas contas do CPR foi um prémio merecido para a forma como demos a volta e acabamos por fazer um rali muito positivo”.
Numa análise global à sua prestação, o piloto considera que “tenho de melhorar muito a gestão emocional das provas. Por outro lado, necessito de trabalhar mais a minha velocidade e técnica na lama e na chuva”, não deixando de se referir à estrutura da prova, que considera “ser bem organizada, com bons troços, mas, na minha opinião, com ligações excessivamente longas. Por outro lado, também considero que não se deve repetir três vezes o mesmo troço, pois, com 90 concorrentes, ficou completamente destruído!”.
A classificação obtida no Terras D’Aboboreira fez Ricardo Filipe subir ao 7º lugar da tabela do CPR, com o piloto a assumir que “é uma posição que nos orgulha e estimula, até porque, atrás do 3º lugar, esta tudo em aberto e partimos para a segunda fase do campeonato em boa posição para lutarmos pela nossa melhor posição de sempre na classificação final”.
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