ADN questiona o executivo Camarário de Albufeira pela degradação social e ambiental da cidade

15:47 - 21/05/2024 POLÍTICA
Decorreu no passado dia 20 de maio, mais uma assembleia municipal em Albufeira.

O ADN esteve presente com o coordenador da concelhia, Paolo Funassi que interveio em defesa dos munícipes após serem revelados 3 dados preocupantes sobre a cidade.

A primeira questão muito chocante tem a ver com o facto de existir em Albufeira mais de cem pessoas (104) a morar na rua, como foi relevado pelo projeto LEGOS. Criado em 2021 e coordenado pelo Movimento de Apoio à Problemática da Sida (MAPS), o LEGOS foi desenvolvido em pareceria com o Grupo de Ajuda a Toxicodependentes (GATO), Centro de Apoio aos Sem-Abrigo (CASA), Grupo de Apoio aos Toxicodependentes (GRATO) e Associação para o Planeamento da Família (APF), sendo financiado por fundos comunitários.

O ADN considera inaceitável esta situação de tantas pessoas a morar na rua, que mostra a degradação social da cidade e de toda a região do Algarve. Paolo Funassi questionou o executivo sobre estes dados e perguntou ao Presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo “Qual a estratégia do município? Quais as providências estavam a ser pensadas por parte do executivo para tentar resolver esta problemática? Pois a situação continua a agravar-se, também devido a falta de uma política eficaz de apoio às rendas ou de construção de casas sociais por parte do atual executivo.” Resolver rapidamente esta triste realidade deveria ser prioridade máxima para a cidade pois é uma questão de solidariedade humana, mas também de segurança para todos os residentes e turistas.

A outra notícia negativa destes últimos dias foi que Albufeira, que em 2023 teve 21 praias com “Qualidade de Ouro”, perde este ano 11: mantêm-se as praias de Manuel Lourenço, Evaristo, Castelo, Coelha, São Rafael, Arrifes, Aveiros, Maria Luísa, Belharucas e Rocha Baixinha. Saem todas as praias da frente urbana de Albufeira. O galardão é atribuído anualmente pela Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza. A descida do número de galardões foi, na maior parte dos casos, motivada pelo incumprimento do critério relativo às análises realizadas na época balnear 2023.

A Quercus salienta que, em algumas situações, “estes episódios de poluição originaram interdições temporárias da prática balnear e tiveram reflexo nos parâmetros bioquímicos de Enterococos intestinais e/ou Escherichia coli, tendo sido ultrapassados os valores máximos considerados na atribuição deste galardão”.

Paolo Funassi lamenta esta situação ambiental, já que o tesouro de Albufeira são justamente as praias e pede ao executivo camarário “para se ativar e tomar todas as providencias possíveis para tentar resolver esta questão que mancha a reputação turística da cidade”, sem contar que segundo Paolo Funassi “ a situação só piorará com a construção de uma dessalinizadora na praia da Falésia.”

Outra questão dramática é a estatística publicada neste mês de maio que mostra como Albufeira é a cidade com a taxa de criminalidade mais alta de Portugal. O ADN sabe objetivamente que os dados estão influenciados pela forte presença turística no verão, mas isto não deixa de ser preocupante e mostra o abandono em que está Albufeira na questão da segurança. Paolo Funassi declara com indignação que “O Poder Central revela lembrar-se da centralidade e importância de Albufeira quando se trata de procurar construir uma dessalinizadora com impacto ambiental, mas quando a questão é construir um hospital central, ou melhorar os hospitais da região existentes, ou ainda, para estabelecer um quartel da PSP em Albufeira, nesses casos não se lembra de nós”.

A semana passada também ficou enlutada pelo facto de um homem de 71 anos que morreu atropelado por uma viatura ligeira, na Rua 5 de Outubro em Albufeira (a rua de aceso ao túnel). O trágico acidente também foi citado na Assembleia Municipal pelo coordenador do ADN da concelhia de Albufeira porque quando há um trágico evento na baixa da cidade, os meios de socorro podem ter uma certa dificuldade de acesso. Esta dificuldade deve-se à falta de espaço nas ruas e ruelas, causados pelas mesas, cadeiras, toldos de comércios e isso sublinha Paolo Funassi “resolve-se com um eficaz regulamento em comum acordo com os comerciantes, pois o diálogo sempre será o caminho, pois uma cidade segura é do interesse de todos e promove também a área empresarial da nossa Albufeira”.

 

Por: ADN Albufeira