O acordeão de Nelson Conceição conduz-nos numa viagem pelas artes tradicionais do povo Algarvio, num espetáculo onde a dança, a música, a iluminação, o vídeo e a cenografia nos fazem submergir na identidade cultural da região, desde as suas raízes até à contemporaneidade. Uma oportunidade para redescobrirmos o Algarve, as suas gentes e heranças culturais. Uma viagem audiovisual que nos transporta para um passado que nos orgulha e eleva, trazendo à tona memórias ancestrais trajadas de modernidade e sublinhadas por paisagens visuais e cenográficas exuberantes e inesperadas. 

 

A alma e o coração dos quarteirenses foram tocados com a inclusão, nas imagens video, do Poeta Pardal e das Marchas Populares, bem omo de outros elementos comuns a todo o Algarve, deixando o público totalmente rendido a esta viagem ao passado, brindando os intervenientes com fortes aplausos e vibrantes ovações. 

 

No final do espetáculo, Nelson Conceição dirigiu-se ao público, sublinhando: “Este projeto surgiu em 2020 numa encomenda do Município de Faro para o projeto Bezaranha, na altura da pandemia, para ajudar os artistas. Foi proposto criar um espetáculo que fosse, de alguma forma, uma viagem, uma homenagem ao Algarve, às suas tradições, às suas gentes, enfim, a todo o nosso Algarve que é uma região culturalmente muito rica, como puderam ver neste concerto. Para além do sol, do mar, da praia, há muita riqueza por esta terra fora. Este projeto envolveu cerca de 50 pessoas, entre artistas, técnicos e produtores”. 

 

Nelson Conceição frisou ainda que este projeto “custou muito a construir e estou muito grato à Câmara Municipal de Loulé e à dr.ª Dália Paulo, uma mulher da cultura (Diretora Municipal), por nos dar a oportunidade de estarmos aqui hoje a mostrar este espetáculo, que estava na gaveta há 3 anos. Não sei como agradecer porque sei que foi muito difícil ter este concerto aqui hoje. Este projeto tem uma grande importância para mim. É uma das maiores criações em que eu estive envolvido.

Não é só uma criação musical, é uma criação que tem muito de mim. Ontem passei por aqui e ouvi o Buba Espinho falar da música alentejana, das suas raízes, da alegria que ele sentia ao ver as pessoas do público cantarem as músicas alentejanas e o orgulho que tinha por representar a sua região. Pois bem, eu sou algarvio de gema, sou bordeirense, venho da terra do acordeão, da poesia, da cultura popular muito forte. Aliás, todo o Algarve tem uma cultura popular muito forte.

Tenho orgulho dos meus antepassados, do meu passado, de vir de onde venho e mostrar com este projeto um pouco daquilo que somos e o muito daquilo que fomos.

 

Este projeto acaba por ser um pouco de tudo de mim. Tem saudade, amor, carinho, música e trazer, ao presente, a grandeza do nosso passado. Este projeto foi todo ele «made in Algarve», feito por algarvios, naturais e residentes, com um excelente painel de artistas que me acompanham aqui hoje”, apresentando-os um a um (ver Ficha Técnica mais abaixo). Este projeto fica na minha memória como uma das coisas mais lindas que fiz até hoje”. 

 

A terminar o espetáculo, a junta de Freguesia de Quarteira, representada por Sílvia Bonixe, ofereceu a Nelson Conceição um brinde comemorativo dos 25 anos de Quarteira elevada a Cidade. 

 

Uma organização da Câmara Municipal de Loulé com o apoio da Junta de Freguesia de Quarteira. 

 

“EIS O ALGARVE” surgiu pela iniciativa da CM Faro em 2020 no âmbito do programa Cultural em Rede Bezaranha (CRESC Algarve 2020 | PORTUGAL 2020 | UNIÃO EUROPEIA Fundo de Desenvolvimento Regional). 

 

 

Por: Jorge Matos Dias