Serviços hospitalares já podem receber medicamentos feitos com 60 mil litros de plasma português

11:00 - 05/08/2024 SAÚDE
IPST emitiu um Ofício sobre a possibilidade de aquisição destes medicamentos por parte dos hospitais a partir do dia 11 de julho
Os hospitais portugueses já podem receber os seguintes medicamentos derivados do plasma: Imunoglobulina Humana Normal para via Intravenosa, Albumina humana e Factor VIII da coagulação humano. Estes fármacos resultam do fracionamento de plasma de origem nacional proveniente de dádivas de sangue de dadores benévolos feito pela Kedrion Biopharma. A produção destes medicamentos foi feita a partir de 60.000 litros de plasma recolhidos em Portugal ao longo de 2023 e dá continuidade ao cumprimento de um dos objetivos do Plano Estratégico do IPST, IP (2020-2022 e 2024-2026) que visa contribuir para a autossuficiência do país em alguns derivados do plasma.
 
Apesar de este ter sido o maior envio de plasma português para a indústria farmacêutica, resultante das dádivas de sangue, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) alertou recentemente para as reservas de sangue estarem mais baixas do que é habitual, nesta altura do ano, e em alguns hospitais já existirem dificuldades em assegurar todas as cirurgias.
 
O Conselho Diretivo do IPST afirma que “A entrega dos medicamentos derivados de plasma nacional aos hospitais contribui para a sucessiva e tendencial redução da dependência de importação, de acordo com o Programa Estratégico Nacional. O aproveitamento de plasma português permite produzir medicamentos que, em muitos casos, salvam vidas e tratam milhares de pessoas que sofrem de doenças graves. Este ciclo permite gerar uma poupança para o país, o que por sua vez contribui para a sustentabilidade do sistema de saúde”. 
 
Os medicamentos derivados do plasma humano podem ser utilizados em doenças raras, genéticas e crónicas como a hemofilia e imunodeficiências. Por outro lado, podem também ser utilizados em situações de trauma, doentes queimados e em procedimentos de cuidados intensivos – incluindo cirurgias, tratamentos oncológicos e transplante de órgãos. 
Na sequência de um concurso público internacional, lançado em 2021, a Kedrion Biopharma foi a empresa adjudicatária para o fracionamento do plasma nacional. 
 
 
Por: Burson