FINISTERRA

19:00 - 09/11/2024 OPINIÃO
António Dores, antonio.humberto.dores@gmail.com
Da caminhada que se fez
A São Tiago de Compostela
Sobrou Finisterra de Vez
Para colocar na lapela
O fato que envergava
Era sereno como a Lua
Navegando nesse mar alto
Na última caminhada nua
Andámos por esses lugares
Tão remotos e escondidos
Fomos na Terra Peregrinos
De desejos e sonhos aflitos
Eras tu e era eu
Essas duas almas sofredoras
Eramos a esperança de Deus
Que nos protegia sem demoras
Agora que findou a caminhada
Lá nesse ponto Alto do fim-do-mundo
Olhámos para esse Horizonte
E respirámos bem fundo
Tudo era sereno e silêncio
Tudo era respeito
O céu parecia mais perto
Mas o mar de inferno era feito
Por baixo das águas que dançavam
Escondia-se o perigo perene
Havia monstros marinhos
E mais morte que se escondia
Assim que findava o dia
E o Sol ia dormir
Pois no fundo do mar não havia
Mais lugar para sorrir…!