Foi a 30 de outubro de 1994 que foi oficializada a fundação do Agrupamento 1052 – Quarteira do Corpo Nacional de Escutas (CNE), mas os primeiros contactos para a sua criação remontam a 1980 por vontade do pároco de Quarteira da altura, o padre Elísio Dias.
O então coordenador regional do Algarve do CNE, que assumia naquela circunstância as funções de chefe regional, prontificou-se a agilizar o processo. Orientadas pelo próprio chefe Alexandre Carrilho e pelos restantes dirigentes do Agrupamento 290 – Loulé – chefes Humbertina, Flor e Couceiro – as primeiras reuniões ocorreram em 1981 no salão paroquial da igreja de Nossa Senhora da Conceição de Quarteira com a participação da chefe Ivone Viegas Martins, a única paroquiana a aceitar o desafio lançado pelo padre Elísio Dias de assumir a constituição de agrupamento escutista na paróquia, dirigente que até hoje se mantém no ativo.
O Agrupamento de Loulé ajudou assim a gerar e nos primeiros passos do seu congénere de Quarteira que teve como primeiro chefe de Agrupamento o falecido padre Rogério Oliveira, da Diocese de Aveiro, que entre 1991 e 1995, foi vigário paroquial e a seguir pároco de Quarteira.
As comemorações do 30º aniversário do agrupamento escutista foram assinaladas desde dia 05 de outubro e concluíram-se no passado domingo, 03 de novembro. Nos dias 05 e 06 de outubro decorreu um acampamento na zona da Almargem, no dia 20 do mês passado teve lugar na praia da Gaivota uma atividade para a comunidade, no dia 26 daquele mês realizou-se uma tertúlia no salão paroquial e no passado domingo foi celebrada a Eucaristia e a gala dos 30 anos, que incluiu o almoço comemorativo na Quinta dos Pinheiros.
Na Missa de domingo, na igreja de São Pedro do Mar, o pároco de Quarteira e assistente do agrupamento classificou o CNE como um “grande movimento da Igreja que vai motivando cada vez mais jovens” para, vivendo o espírito do fundador mundial do escutismo – Baden-Powell –, testemunharem a sua vida de cristãos. O padre José Joaquim Campôa lembrou que “a partir do momento em que o escuteiro faz a sua promessa é para cumprir e viver esta dimensão do amor de Jesus Cristo”.
O sacerdote considerou que “trabalhar e dedicar-se a esta causa da juventude não é fácil” e defendeu que “os movimentos são tão importantes na Igreja que ela não pode viver sem movimentos integrados dentro dela própria”. “Tal como os movimentos não podem funcionar à margem da comunidade cristã”, completou, explicando ser este o “sentido de um agrupamento que caminha à luz da fé e de Jesus Cristo”.
O pároco lembrou “aqueles que construíram o agrupamento e que deram o seu melhor e se entregaram com grande dedicação para que aquele agrupamento persistisse”.
A celebração – participada pelo chefe regional do Algarve do CNE, João Ramalho, e por Tiago Silva, secretário regional de Adultos – incluiu ainda o agradecimento e reconhecimento de 14 entidades, “cujas trajetórias exemplares e contribuições significativas fizeram a diferença para todos e para o movimento”, incluindo “dirigentes que têm uma história de compromisso, perseverança e dedicação que merece ser destacado e celebrado”.
Os responsáveis daquele que é um dos maiores agrupamentos escutistas do Algarve, destacam que o 1052 – Quarteira “soube ajustar-se aos tempos, afirmando-se sempre como movimento eclesial, com o lema escutista «Sempre alerta para servir»”.
O CNE, fundado em 1932 no Algarve pelo cónego José Augusto Vieira Falé, conta atualmente com 30 agrupamentos num total de mais 2.000 elementos.
Folha do Domingo