Prestações da casa continuam sem descer, revela INE. E aumento do capital em dívida pode ajudar a explicar.
Os juros nos créditos habitação existentes em Portugal estão a cair desde o início de 2024, à boleia da queda das taxas Euribor (que abrangem a maioria destes contratos). Em outubro, a taxa de juro implícita nestes contratos voltou a cair para 4,277%, menos 8,5 pontos base (p.b) face a setembro. Esta tendência é sentida ainda mais nos novos empréstimos da casa, onde os juros médios já estão em 3,533%.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou esta segunda-feira, dia 18 de novembro, que “a taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação diminuiu para 4,277% em outubro, traduzindo uma descida de 8,5 p.b. face a setembro (4,362%)”. Esta trajetória de descida já é sentida desde o início do ano, acumulando uma redução de 38 p.b. desde o máximo atingido em janeiro de 2024 (4,657%).
No que diz respeito aos créditos que se destinam à compra de casa (o destino de financiamento mais “relevante”, segundo o INE), os juros desceram para 4,239% em outubro, ou seja, menos 8,3 p.b. face a setembro.
Já a prestação da casa (média) continua a fixar-se nos 404 euros em outubro, o mesmo valor registado no mês anterior e 3,1% superior à observada há um ano. Os juros continuam a ter o mesmo peso na prestação:
• Juros a pagar: representam 237 euros, o equivalente a 59% da prestação;
• Capital amortizado: corresponde a 167 euros (41% do total).
O facto de a prestação média não estar a descer à medida que caem os juros pode estar relacionada com o aumento do capital médio em dívida, que para a totalidade dos créditos habitação aumentou 406 euros em outubro face ao mês anterior, fixando-se em 67.692 euros.
Novos créditos habitação: juros descem para 3,533%
No caso dos créditos habitação celebrados nos últimos três meses, tem-se sentido uma maior redução dos juros, sobretudo impulsionada pela maior contratação de taxas mistas mais baratas e pelo facto de as taxas Euribor estarem a cair há vários meses.
Foi neste contexto que nos créditos habitação mais recentes, a taxa de juro passou de 3,569% em setembro para 3,533% em outubro (-3,6 p.b). Face ao máximo atingido em outubro de 2023, os juros estão agora 84,7 pontos mais baixos.
Também no que diz respeito aos novos empréstimos destinados à compra de casa, a taxa de juro diminuiu 2,9 p.b. comparativamente com o mês anterior, fixando-se em 3,511%.
Mas, apesar destas diminuições dos juros, o valor médio da prestação da casa subiu 12 euros em outubro face ao mês anterior, para 634 euros (descida de 1,6% face ao mesmo mês do ano anterior). Por detrás deste aumento também pode estar o montante médio em dívida que foi de 136.287 euros em outubro, mais 3.948 euros que em setembro. Ou seja, com os juros mais baixos as famílias podem estar a pedir mais dinheiro aos bancos para comprar casas mais caras.
Idealista News
