Miguel Oliveira visa top 10 do MotoGP na estreia pela Prima Pramac

08:50 - 05/12/2024 ALGARVE
O piloto Miguel Oliveira assumiu ontem a vontade de terminar o Mundial de MotoGP de 2025 nos 10 primeiros lugares, mostrando-se entusiasmado pela chegada à Prima Pramac, equipa de fábrica da Yamaha, após abandonar a Trackhouse.
“Estar dentro do top 10 no final deixar-me-ia satisfeito. Vamos ter menos duas Ducati [no pelotão] e sabemos que, neste momento, essas são as motas a bater a nível de consistência, sobretudo aos domingos. Com uma adaptação mais rápida e mais dias de testes, podemos limar logo algumas arestas e talvez ocupar essas posições”, apontou, em declarações aos jornalistas à margem de um evento com um patrocinador, no Porto.
À partida para a sétima temporada na categoria rainha do motociclismo, Miguel Oliveira vinculou-se à Prima Pramac, terminando uma passagem de dois anos pelas equipas satélite da Aprilia, ao serviço das quais foi 16.º classificado em 2023 e 15.º em 2024.
“Estou muito satisfeito. É uma mudança positiva para um projeto muito ambicioso, que ainda está no início e terá algo inédito feito pela marca. Pela primeira vez, vai fornecer uma equipa externa à Yahama oficial, com módulos iguais e o mesmo apoio de fábrica. É um sinal claro de que os tempos estão a mudar e existe muita vontade e ambição em chegar ao topo”, reconheceu, reiterando que “tudo tem sempre a ver com consistência”.
O piloto lembrou que os “últimos dois anos da Yamaha foram complicados”, uma vez que a marca japonesa ficou sucessivamente na quarta posição do Mundial de construtores e teve como melhor resultado individual o 10.º lugar do francês Fabio Quartararo em 2023.
“O desafio é sempre enorme. O pior seria talvez o que eu passei este ano: ter uma mota aparentemente igual, mas não ter o apoio para poder trabalhar nela. Isso é que se torna frustrante. No caso da Yamaha, teremos uma estrutura dedicada a apoiar a nossa própria equipa, o que ajuda muito a juntar as novas ideias àquilo que já funciona na mota. Acho que vamos fazer um bom trabalho. A equipa tem bastante experiência e já foi campeã do mundo. Por isso, estamos no sítio certo”, avaliou.
Ao chegar a uma marca campeã de construtores por 14 vezes no MotoGP, a última delas em 2015, o horizonte de Miguel Oliveira está colocado no regresso às vitórias em corridas, procurando reeditar as cinco alcançadas pela KTM (2019-2022), num total de sete pódios.
“Vou fazer 30 anos em janeiro e estaria a mentir se dissesse que é o ‘timing’ natural [para conquistar o título]. Não é o que temos vindo a ver nesta modalidade até agora, mas, por outro lado, se as coisas se ligarem bem com a equipa e entre mim e a moto, acredito que ainda sou capaz de ser campeão do mundo”, afiançou.
Há duas semanas, na primeira experiência com a Prima Pramac, o almadense fez o 17.º melhor tempo no dia de testes em Barcelona, Espanha, ao completar a sua melhor de 60 voltas em 1.40,138 minutos, a 1,335 segundos do mais rápido, o espanhol Alex Márquez (Ducati).
“A mota deixou-me com sensações muito positivas. Há dois pontos essenciais a melhorar, que serão preponderantes para a nossa competitividade, sobretudo em corrida, mas tudo o resto agradou-me bastante. Com apenas um dia de testes, é muito difícil de dizer o que ainda vai ser preciso. Há coisas a melhorar na pilotagem, mas nem sequer tivemos tempo de olhar a fundo. A partir de fevereiro teremos uma ideia muito mais clara do que poderá ser a minha evolução e adaptação”, analisou, focado nos testes de pré-época na Malásia.
Além da mudança das motas da Ducati para a Yamaha, a Prima Pramac recrutou à KTM o australiano Jack Miller, que já tinha passado pela equipa entre 2018 e 2020 e fará dupla com Miguel Oliveira.
“Tenho muito boa relação com ele e conheço-o desde pequeno. Nós coincidimos quase sempre nos mesmos campeonatos até ele subir para a MotoGP [em 2015] e eu ter ficado na Moto3. A minha expectativa é que chegue sempre atrás de mim nas corridas”, atirou.
A 77.ª edição do Mundial de MotoGP decorre entre 02 de março e 16 de novembro de 2025 e passará pelo Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, em 09 de novembro, na 21.ª e penúltima etapa do calendário provisório anunciado pela Dorna, promotora da prova.
 
 
Lusa