Gonçalo Francisco foi o jovem que representou a Diocese do Algarve na oração pela saúde do Papa que se realizou no passado sábado na capelinha das Aparições, em Fátima.
Aquele jovem da paróquia de Lagoa foi um dos participantes das 21 dioceses portuguesas que rezaram por Francisco no mesmo local onde o Papa em 2023, no contexto do programa da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa, esteve a rezar com doentes e pessoas com deficiência.
O diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil explicou à Agência Ecclesia, a vontade de os jovens se unirem e “rezarem diante de Maria”. “Quisemos associar-nos a este momento mais frágil do Papa para que consigamos dar-lhe esta força e ele saiba que esta juventude de Portugal também está com ele”, sublinhou Pedro Carvalho.
O responsável recorda a manhã do dia 5 de agosto de 2023, em que Francisco se deslocou a Fátima e rezou naquele mesmo local. “Fez-se um peregrino entre os peregrinos e mostrou-nos que Maria nos conduz a Jesus. Fazia por isso, todo o sentido os jovens de Portugal, a representar as 21 dioceses, estivessem aqui, em oração por ele, neste momento mais difícil”, reconhece.
D. José Ornelas, que presidiu à oração, falou numa Igreja “reunida à volta do sucessor de Pedro” e num duplo significado. “Serem os jovens que tomaram esta iniciativa, jovens que foram aqui convocados pelo Papa Francisco nas Jornadas Mundiais da Juventude, onde um dos pontos significativos foi este aqui em Fátima, onde ele veio congregar a Igreja e, olhando para esta capelinha, dizia que é uma imagem bonita da Igreja, que é uma Igreja que não tem muros, que acolha todos, todos, todos; hoje são estes todos, todos, todos pedem a Deus que esteja com ele e que o acompanhe nesta hora de sofrimento, mas que é uma hora também para a Igreja de se unir em torno disso e da esperança que a nossa fé nos dá”, referiu.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa indicou que no tempo atual, a marca deixada pelo Papa Francisco, «todos, todos, todos» é “mais do que nunca, necessária”. O bispo de Leiria – Fátima afirmou que na hora de “sofrimento” do Papa é também “hora de esperança que vai para além da morte”. “Encaro com muita preocupação e muita proximidade ao Papa na oração e pedindo a Deus por ele, mas também com a mesma tranquilidade com que sabemos o tipo de esperança que ele prega – é aquela que todos nós temos, nós temos a esperança de curar de uma doença e de outra e ele já curou de muitas crises e de muitos problemas. Gostaríamos todos de ver ele levar por diante este caminho que tem na Igreja, e é isso que nós pedimos a Deus, mas sobretudo sabendo que ele e a igreja estão nas mãos de Deus”, explicou.
O cardeal Américo Aguiar, um dos responsáveis pela organização da JMJ Lisboa 2023 esteve também presente na capelinha das aparições. O bispo de Setúbal relembrou a ligação que o Papa Francisco tem ao Santuário de Fátima. “Antes do encontro internacional preparatório da JMJ, estive com o Papa e disse-lhe que seria em Fátima. Ele sorriu e disse: «Que bom. É sempre bom ir de vez em quando confidenciar com a mãe os nossos projetos, alegrias, tristezas e dificuldades». Ora cá estamos a partilhar com a mãe, alegrias, tristezas, lágrimas e a certeza de que Francisco continuará a caminhar connosco porque há muito trabalho para fazer”, finalizou.
O Papa está desde 14 de fevereiro internado no Hospital Universitário Agostino Gemelli, em Roma, devido a problemas respiratórios. O quarto e mais longo internamento do atual pontífice, no 10.º andar do Gemelli, aconteceu na sequência da “exacerbação da bronquite” que o vinha a afetar há vários dias.
A 18 de fevereiro, o Papa foi diagnosticado com uma pneumonia bilateral, na sequência de uma infeção polimicrobiana, provocada por vírus, fungos e bactérias.
Folha do Domingo
com Agência Ecclesia