Nunca houve tantas casas para arrendar por menos 1 ano em Portugal, revela idealista/data. Lisboa e Porto é onde há mais.
Há quem arrende casa em Portugal para passar apenas alguns meses a trabalhar, a estudar ou a explorar pontos turísticos. Falamos do arrendamento de curta duração, que tem ganho cada vez mais expressão no nosso país. Isto porque a oferta de casas para arrendar neste regime está em máximos dos últimos anos e o interesse continua em alta, num mercado complementar ao Alojamento Local e até ao arrendamento habitacional de longa duração.
Quem precisa de arrendar casa por um determinado período, por motivos profissionais, de educação, formação ou turísticos, pode recorrer ao chamado arrendamento de curta duração (ou temporário). Este tipo de arrendamento não se destina a habitação permanente, geralmente é inferior a um ano e está plasmado no Novo Regime do Arrendamento Urbano. Trata-se, portanto, de um regime alternativo ao Alojamento Local e ao arrendamento habitacional de longa duração, e que tem despertado cada vez mais interesse dos proprietários.
Os dados mais recentes do idealista/data revelam que havia 3.599 habitações para arrendar nestes moldes no final de 2024, o maior número registado na série disponível que remonta a 2017. E o stock de arrendamento temporário está 50% acima do observado no final do ano anterior, o que pode ser explicado pela instabilidade legislativa sentida no Alojamento Local no último ano, bem como pela procura por uma alternativa que vise otimizar o retorno financeiro da habitação.
Até porque a procura de casas para arrendar por uma temporada - mais longa do que apenas uns dias para passear ou mais longa para viver - continua a ser expressiva no país, registando-se mais de 20 contactos por anúncio no final do ano passado. O que se tem sentido em Portugal é que a procura pelo arrendamento temporário está mais dispersa pela alta oferta de casas neste regime, um fenómeno que é espelhado numa queda de 28% das interações por casa anunciada no último ano. De notar ainda que a procura está 65% acima dos níveis pré-pandemia (fim de 2019), tendo atingido um máximo no verão de 2022.
Perante esta dinâmica entre a oferta e a procura, os preços das casas em arrendamento temporário estabilizaram em alta ao longo de 2024, tendo-se fixando em 17,6 euros por metro quadrado (euros/m2) no final do ano passado. Aliás, na primavera passada as rendas das casas neste regime atingiram mesmo o valor recorde de 18,4 euros/m2, mostram os mesmos dados.
Onde há mais arrendamentos de curta duração?
Quase todas as capitais de distrito (ou de regiões autónomas) têm, pelo menos, uma habitação em regime de arrendamento temporário – Portalegre e Vila Real são exceções. Mas observa-se uma clara concentração deste tipo de alojamento em grandes centros urbanos como os de Lisboa e Porto, registando 994 e 399 casas para arrendar deste tipo, respetivamente.
Além dos municípios da capital e da cidade Invicta – onde a oferta aumentou cerca de 60% no último ano – só se contabilizaram mais seis grandes cidades com 30 ou mais casas em arrendamento de curta duração no final de 2024: Viana do Castelo, Braga, Setúbal, Faro, Funchal e Coimbra. Em todas houve aumentos da oferta no último ano.
Entre estas oito cidades com amostras representativas, a procura por casas em arrendamento de curta duração é mais expressiva em Faro, seguida de Coimbra, Setúbal, Funchal e Lisboa, com cerca de 20 contactos por anúncio. Abaixo deste patamar está Braga, Viana do Castelo e o Porto. Observa-se também uma menor pressão da procura por casas em arrendamento temporário face ao ano anterior.
É em Lisboa onde o arrendamento de curta duração está mais caro (24,6 euros/m2), seguido do Porto (19,5 euros/m2) e do Funchal (16,8 euros/m2). E Coimbra é a cidade onde há rendas mais acessíveis entre as oito analisadas com amostras representativas, com o custo mediano de 12,6 euros/m2.
Idealista News