SAGRES

14:00 - 13/04/2025 OPINIÃO
Poesia por Ofélia Bomba
Chego.
Despojada de tudo.
Humilde. Peregrina.
Olhar lavado. Alma menina.
Como quem vai a um
santuário
Vestida de uma túnica
Depois de ter subido
Os degraus de um calvário
 
Chego...
E tenho a sensação única 
Da imensidão
Do infinito
De ser irmã do vento 
De ser eco de um grito 
E como o pensamento 
Esvoaçante e liberta 
Nesta grandiosidade 
Que me esmaga e aperta! 
É desta ambiguidade 
Que a alma se refaz 
Sinto a eternidade 
Sinto a própria paz! 
Tenho asas transparentes 
E comungo do sangue 
De tardes e poentes 
Sou espanto e emoção 
O mar em turbilhão 
Arrojado e disperso 
Projecto, valentia 
Sou sal, sou maresia 
Sou poesia e verso!
 
Parto
Enriquecida
Minhas vestes de tecido liso
São agora de brocado e cetim
E volto para os braços da vida
Com o paraíso
Dentro de mim.
 
SAGRES
Que apontou no azul
A rota de um império
Fica
Rica de HISTÓRIA
Honra e Glória
Sonho e mistério!