Poesia por Ofélia Bomba
Chego.
Despojada de tudo.
Humilde. Peregrina.
Olhar lavado. Alma menina.
Como quem vai a um
santuário
Vestida de uma túnica
Depois de ter subido
Os degraus de um calvário
Chego...
E tenho a sensação única
Da imensidão
Do infinito
De ser irmã do vento
De ser eco de um grito
E como o pensamento
Esvoaçante e liberta
Nesta grandiosidade
Que me esmaga e aperta!
É desta ambiguidade
Que a alma se refaz
Sinto a eternidade
Sinto a própria paz!
Tenho asas transparentes
E comungo do sangue
De tardes e poentes
Sou espanto e emoção
O mar em turbilhão
Arrojado e disperso
Projecto, valentia
Sou sal, sou maresia
Sou poesia e verso!
Parto
Enriquecida
Minhas vestes de tecido liso
São agora de brocado e cetim
E volto para os braços da vida
Com o paraíso
Dentro de mim.
SAGRES
Que apontou no azul
A rota de um império
Fica
Rica de HISTÓRIA
Honra e Glória
Sonho e mistério!