Método de construção ainda não chegou ao mercado português, mas promete revolucionar a forma como se constroem as casas.
Se o mundo dos Legos sempre te fascinou e continuas a gostar de fazer construções empilhando pequenos blocos uns sobre os outros, então não vais querer perder a oportunidade de construir uma casa...de verdade.
Não se pode dizer que é exatamente igual, mas em muito se assemelha à construção dos Legos, juntando peça por peça. É isso que fazem na Gablok, uma start-up belga que constrói casas a partir de blocos de madeira isolados.
Talvez não sejas arquiteto, engenheiro ou até mesmo construtor, mas se tens uma chave de fendas, uma escada e braços, reúnes as condições necessárias para autoconstruíres a tua casa. Quem o defende é o especialista em construção tradicional ao longo de 25 anos, Gabriel Lakatos, que, sendo amante dos brinquedos da Lego, criou este conceito.
O objetivo? “Permitir que qualquer pessoa construa o seu próprio projeto de construção”, defende.
Assim, a Gablok, fundada em 2019, vende kits de blocos padronizados para se edificarem casas de madeira. Mas há passos a seguir.
De acordo com a start-up, em primeiro lugar é apresentado por parte do cliente o projeto da casa, desenhado por um arquiteto. Depois da análise e do projeto estar orçamentado, a empresa faz uma adaptação e modelagem 3D. Posteriormente entrega o kit de construção, isto é, o material necessário e o manual de instruções.
Já o quarto e último passo é dedicado à montagem da estrutura – como se da construção de um Lego se tratasse – que pode ser feito pelo próprio cliente ou por instaladores certificados pela Gablok.
Embora pretenda-se que a construção seja o mais intuitiva possível, a empresa disponibiliza um gerente de projeto que acompanhará ao longo do percurso.
Casas podem ser construídas em meia dúzia de dias
Segundo Lakatos, empilhar blocos de madeira isolados uns em cima dos outros para fazer a estrutura da casa – que é sustentada por vigas – acelera o sistema de construção em comparação com o modelo tradicional. Assim, uma habitação com 100 metros quadrados pode ser erguida entre 5 a 6 dias.
Mas a economia de tempo e com custos de mão de obra não são as únicas vantagens desta técnica construtiva, defende o fundador. A utilização de materiais que reduzem a pegada de carbono, a construção circular com blocos reutilizáveis e a margem de personalização, são outras características positivas que este aponta.
Os blocos pesam cerca de 8kg e, além de estarem disponíveis em três comprimentos diferentes: 30cm, 60cm e 90 cm, foram previamente preparados para receber as instalações elétricas e de água.
Sistema de construção cumpre diretrizes básicas?
A start-up afirma que os blocos garantem isolamento térmico e acústico pelo facto de serem feitos em madeira, considerada um “isolante natural”. Desta forma, se por um lado, atenua as necessidades de aquecimento e refrigeração, pelo que reduz consequentemente os
gastos com energia, por outro, absorve o ruído.
Em Portugal, para o projeto ser licenciado é imperativo que cumpra ainda a componente sísmica.
Importa, assim, frisar que em território nacional, qualquer edificação de um imóvel que seja destinado a utilização humana está sujeito ao mesmo tipo de licenciamento, independentemente de ser uma casa pré-fabricada ou tradicional. Neste sentido, o projeto antes de fabricado teria de passar pela aprovação da autarquia.
Até ao momento esta inovação ainda não se estendeu ao mercado português, mas as pretensões da start-up Gablok, que já reúne um leque de exemplos práticos, são as de ampliar para o resto do mundo a construção de casas como se fossem Legos.
Além da Bélgica, a Gablok já conseguiu obter licenças de distribuição e fabricação em alguns país da América Latina.
Idealista News