Nos dias 2 e 3 de maio, a Biblioteca Municipal de Loulé recebe Oxímoro, um Festival de Literatura Independente que visa ser plataforma para autores, editoras e projetos literários com pouca visibilidade, mas nem por isso com pouco valor, que não encontram espaço nos eventos cuja programação segue as métricas de vendas e de popularidade.
Chamando a si a vontade de construir um espaço coletivo e de pensamento comunitário cultural, a Associação de Ativismo Cultural Ermo, em parceria com a Câmara Municipal de Loulé e com a Biblioteca Municipal Sophia de Mello Breyner Andresen, com o apoio da Junta de Freguesia de São Clemente, criou este evento como forma de mostrar projetos literários, supraliterários, extraliterários e literalmente literários num mesmo lugar.
A acontecer no espaço da Biblioteca Municipal de Loulé, o Oximoro terá início no dia 2 de maio, sexta-feira, às 18h00, com a presença do presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, da diretora municipal, Dália Paulo, da diretora da Biblioteca, Rita Moreira, e de representantes da Associação Ermo.
Juntamente com a sessão de abertura, terá início o Mercado do Livro Independente, onde estarão presentes as seguintes editoras: Snob; Antítese; Barricada de Livros; Bestiário; Barco Bêbado; BCF Editores; CISMA; Cutelo; DeStrauss; Dois Dias; Edições do Saguão; Flan de Tal; Letra Livre; Maldoror; Utopia & Conhecimento; VS.; Alfarrábio; Cornuda Radiante; Tigre de Papel; Chili Com Carne; Editorial Divergência; Edições Trebaruna; Edições Verbi Gratia; Ludovitae; Bons Ventos; Flying Umbrela; Elefante Editores; Visgarolho; Kingpin; Zéfiro; Antígona; Orfeu Negro; Trinta por Uma Linha; Virgula de Interrogação; Barca Editora e as editoras algarvias Traça, Espúria e Epopeia, além de autores autopublicados.
Às 18h30, arrancam as atividades com Uma Boiada Em Toada, do poeta brasileiro Maurício Vieira, jardineiro de palavras, autor dos livros de poesia “Manual Onírico de Jardinagem”, “As Mão Vazias”, do romance “A Árvore Oca” e do infantil ilustrado “Floresta”. É editor da revista “Arvoressências”.
Logo de seguida, às 19h00, a poeta e artista plástica Elisa Scarpa trará a performance, O Elogio da Divergência, baseada no seu livro com o mesmo nome.
Às 20h45, Grand Wreck leva ao palco a sua fusão enérgica de country, punk e indie, em formato acústico. Com inspiração em The Lemonheads, Dinosaur Jr., Uncle Tupelo e Paul Westerberg, foi criado como um projeto a solo por Fernando Chovich, natural de São Paulo, que atualmente toca nos The Youths e tem passagens por diversas bandas de hardcore punk da cena paulista, como B.U.S.H., No Violence e Lambda Lambda Lambda. Grand Wreck é visceral, mas também melódico, combinando intensidade com harmonias.
Às 21h30, Cobramor, autor, editor na Traça, tradutor de nomes como Hemingway, Patti Smith, Gary Snyder ou Kae Tempest e explorador sonoro apresenta uma performance Drone Spoken Punk, improvisada com base no seu último livro “A Boca Cheia de Cadáveres”, com artistas convidados.
No dia 3 de maio, as atividades começarão logo pelas 11h00, com o workshop infantil Quem Conta Um Conto, de Carla Moreira, poeta e atriz, onde os participantes poderão aprender a acrescentar pontos aos contos que tão bem conhecemos. Às 12h00, o ilustrador, designer e cartoonista Hugo Vieira da Silva ministrará, também para os mais novos, o workshop de BD Abranda Desenhada, em que ensinará a elaborar banda desenhada com o corpo todo.
Pelas 14h00, Martim Santos aka Lágrima, apresentará mais uma das suas habituais sessões de Poetry Slam com convidados e microfone aberto. Às 15h00, o autor de BD e crítico musical José Carlos Fernandes promoverá o debate “A irrelevância da crítica cultural nas redes sociais”.
Às 16h00, o coletivo Espúria apresentará a sua mais recente edição com uma performance coletiva. Às 17h00, Salvador Santos, autor louletano e cronista no Jornal do Algarve, moderará o debate “A Morte da Poesia”, com Cobramor, o poeta António Dores e Maria Joana Almeida, professora, autora, cronista e coeditora da Elefante Editores.
Depois, pelas 18h00, chega a eletrónica eclética do albufeirense Glassa Forbida, cercada de batidas e samples na direção da literatura distópica.
Às 19h00, com a curadoria da ARCM de Faro em resposta ao desafio da Ermo, o coletivo rotativo de música improvisada NEM apresentará a sua interpretação sonora do poema Olvida de Camilo Pessanha.
Pelas 21h00, entrará em cena Shela, (Paus, Riding Pânico, If Lucy Fell), com a sua interpretação sonora de “Oh Yes” de Charles Bukowski, desafio Ermo via curadoria Vencidos da Vida.
Finalmente, às 22h00, será a vez de Evaya, produtora musical, compositora e cantora portuguesa, natural de Poceirão. A linguagem musical de Evaya explora sobretudo géneros da pop alternativa, recorrendo a ferramentas da eletrónica dançante e experimental, servindo temas sobre as leis da natureza – a intemporalidade e informidade do ser e os aspetos místicos das nossas emoções. Em palco a artista apresentará o disco “Abaixo Das Raízes Deste Jardim”, numa experiência que promete transportar o público para um universo sonoro diferente, onírico e envolvente.