Olhão | António Costa diz que Governos devem concentrar-se em acordo com a Grécia e não criar dificuldades

14:42 - 22/06/2015 POLÍTICA
O secretário-geral do PS, António Costa, considerou hoje no Algarve que os Governos da União Europeia deviam concentrar-se em chegar a um acordo com a Grécia e não levantar dificuldades a um entendimento, como no caso do Governo português.

António Costa falou aos jornalistas após uma visita a empresas localizadas no porto de Olhão, no âmbito de uma jornada dedicada à economia do mar, e teceu críticas aos Governos nacionais que, por “razões de política interna”, preferiram levantar dificuldades a um acordo em vez de trabalharem para o facilitar e fortalecer a União Europeia e a moeda única.

Questionado sobre se esse era o caso do Governo português, António Costa respondeu “também” e disse que, até agora, apesar de ter havido várias datas limite para a Grécia chegar a acordo com os parceiros Europeus, as soluções têm sido encontradas, algo que espera também possa acontecer agora.

“Tem havido a construção de um clima diferente daquilo que existiu no início deste processo e o que é absolutamente inaceitável é que alguns governos, mais por razões de política interna do que pelos interesses da zona euro, os da Europa e os da economia nacional, vejam que é mais prioritário criar dificuldades para procurar pequenos ganhos mesquinhos na política interna”, criticou António Costa.

Esses Governos deviam, segundo António Costa, “fazer aquilo que lhes compete” e “trabalhar para um acordo que fortaleça o euro e a Europa”, chegando a um acordo que permita à Grécia sair da crise, recuperar economicamente e cumprir com as suas obrigações.

Sobre o tema da visita de hoje a Olhão, um dos 16 concelhos do distrito de Faro, António Costa disse que a economia do mar “é uma grande oportunidade” para Portugal “crescer e criar emprego e anunciou que, se o PS for Governo após as próximas eleições legislativas, vai mexer na sua organização e criar um ministério com “um responsável político em exclusivo” dedicado só a essa área e a trabalhar de forma “transversal” com outros ministérios.

“O mar não pode ser simplesmente uma secretaria de Estado e um ministério setorial, tem que ser algo que seja transversal ao conjunto do Governo, porque o mar começa na defesa nacional, passa pela pesca, pelo aproveitamento energético, pelo turismo, por isso tem que ser transversal a todo o Governo”, afirmou, frisando que “é preciso que haja um responsável político dedicado exclusivamente ao mar”, explicou.

O dirigente socialista disse ainda que “o país tem hoje uma estratégia nacional do mar que tem de ser passada à prática”, aproveitando o “saber que a Universidade do Algarve produz em matéria designadamente de biologia marinha” e desenvolvendo a “transformação quer de bivalves, quer de marisco quer de pescado”, assim como a aquacultura.

 

Por Lusa