Supertaça: Carlos Pereira fala em «jogo sempre imprevisível» entre Sporting e Benfica

11:30 - 29/07/2025 DESPORTO
A Supertaça entre o Sporting, campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal, e o Benfica, finalista, «é sempre um jogo imprevisível», segundo o antigo futebolista e treinador-adjunto Carlos Pereira, que salienta o «ritmo competitivo diferente» dos «leões».

“Nesta altura a condição física das equipas também não é a melhor, mas é sempre um Sporting-Benfica e prevê-se que possa ser um bom jogo, mas ainda com algumas lacunas de parte a parte”, começou por dizer à agência lusa, o ex-defesa, de 76 anos, que alinhou pelo clube de Alvalade, no período entre 1972 e 1975, voltando, posteriormente, como adjunto do ex-selecionador nacional Paulo Bento, de 2005 a 2009.

Na quinta-feira, ‘leões’ e ‘águias’ voltam a medir forças para a Supertaça seis anos depois, quando se defrontaram em 2019, igualmente no Estádio Algarve, na altura com triunfo dos 'encarnados' por 5-0, com o irmão do antigo líder do departamento de prospeção ‘leonino’, Aurélio Pereira, a defender que a equipa orientada por Rui Borges parte com alguma vantagem para um “jogo que é sempre imprevisível”, uma vez que iniciou a pré-época mais cedo.

“Sim, nesse campo acho que [o Sporting parte em vantagem]. Já têm um ritmo competitivo diferente e poderá ser decisivo no confronto. No entanto, é sempre um jogo imprevisível e o Benfica vai querer também marcar a sua presença numa final que é sempre uma final”, argumentou.

Sem querer apontar um favorito, o vencedor de um campeonato e duas Taças de Portugal na sua passagem como jogador pelo Sporting, falou, depois, da “lacuna grande” do plantel bicampeão nacional e vencedor da última edição da Taça de Portugal.

“A diferença não é assim tão grande. Mesmo estando o Benfica algo cansado pelas circunstâncias do Mundial de clubes, acho que o Sporting terá agora uma lacuna grande. O entrosamento que tinha com o Gyökeres não se vai manifestar. É um jogo de tripla, é sempre um duelo, uma final, a disputa de um troféu e não há, para já, um favorito", defendeu.

O ex-adjunto de Paulo Bento, que contribuiu para a conquista de duas Taças de Portugal e duas Supertaças Cândido de Oliveira assim que regressou ao clube, reforçou que “o Sporting vai estar algum tempo para se adaptar” a jogar sem o avançado sueco, de 27 anos, que assinou 97 golos e 27 assistências durante as últimas duas temporadas.

“Não é fácil agora jogar sem Gyökeres e esta saída vai fazer mossa na forma de jogar. O [treinador] Rui Borges terá de adaptar o sistema de jogo sem ele, vai criar mais alternâncias de jogo e outras soluções. É uma saída de um jogador muito importante, a equipa estava muito rotinada com ele e ele com a equipa. É uma lacuna bastante difícil de colmatar”, concluiu.

Na edição passada, o FC Porto conquistou o título, derrotando o Sporting por 4-3, após prolongamento, depois de um empate 3-3 no tempo regulamentar.

O FC Porto é a equipa com mais títulos (24), enquanto o vencedor da edição deste ano vai destacar-se no segundo lugar, uma vez que 'leões' e águias' estão igualados com nove troféus cada.

 


 

Supertaça: António Simões vê Sporting com melhor preparação, mas Benfica mais fresco

 

O ex-futebolista internacional português António Simões, ídolo do Benfica, defendeu à Lusa que o Sporting pode estar em vantagem para a final da Supertaça, por ter mais tempo de preparação, apesar de o rival lisboeta «estar mais fresco».

“O Benfica tem menos tempo de treino. O Sporting tem mais tempo e mais jogos de preparação. Pode ser vantagem, mas também pode não ser. Ou seja, o Benfica tem menos tempo de treino. Então, quer dizer que está mais fresco”, argumentou António Simões.

O antigo jogador, de 81 anos, lembrou que o Benfica iniciou mais tarde a preparação para a época 2025/26, devido à participação no Mundial de clubes, torneio que se disputou nos Estados Unidos sob um novo formato competitivo, no qual os ‘encarnados’ foram eliminados nos oitavos de final pelo Chelsea, que se sagrou campeão.

“O Benfica vai com vontade, contra uma equipa que tem mais tempo de treino, mais volume e parece estar mais forte. Mas o futebol é desmancha-prazeres. Tudo aquilo que parece ter lógica, depois já não tem. Parece que o Sporting tem vantagem, por causa desta situação, mas o Benfica está mais fresco, pois não terá nenhum jogo feito a não ser na Eusébio Cup”, reforçou.

Para António Simões, a maior vantagem para o Benfica será mesmo a ausência do avançado internacional sueco Viktor Gyökeres, referência ofensiva do Sporting e autor de 54 golos na temporada passada, em 52 jogos, que se transferiu para o Arsenal, depois de ter protagonizado um intenso braço-de-ferro com a direção dos ‘leões’.

“A ausência do jogador Gyökeres faz com que o Sporting, mesmo apresentando o mesmo modelo de jogo, não tenha a possibilidade de fazer esticar o jogo como fazia com o Gyökeres. (...) Não tem a referência de qualidade que tinha quando estava aflito, que esticava o jogo porque tinha o Gyökeres. Esse jogador não está lá”, observou.

O Benfica também perdeu vários jogadores influentes, como o defesa Carreras (Real Madrid), o médio Kökçü (Besiktas) e o avançado Di María (Rosario Central), mas também já contratou vários reforços, dos quais António Simões destaca o médio internacional colombiano Richard Ríos.

“Estou muito curioso. Já vi esse jogador jogar e, confesso, tenho uma excelente impressão daquilo que ele é capaz de fazer. (...) Se assim for, o Benfica foi buscar um excelente jogador para jogar nas duas partes do campo e nas duas partes do jogo: com bola e sem bola, a defender e a organizar o ataque”, sustentou.

António Simões não espera reflexos da derrota sofrida em maio pelo Benfica na final da Taça de Portugal (3-1, após prolongamento), após ter perdido também o título nacional para o rival, mas advertiu que a Supertaça e os jogos de acesso à Liga dos Campeões poderão ter consequências para o treinador, Bruno Lage, e o presidente, Rui Costa.

“Estes jogos não definem o futuro do Benfica. Definem o futuro de quem está à frente da equipa e do clube”, observou o antigo jogador benfiquista, lembrando que as eleições para os órgãos sociais do clube estão marcadas para 25 de outubro.

Sporting, campeão nacional em 2024/25, e Benfica, finalista vencido na Taça de Portugal, ambos com nove troféus conquistados, defrontam-se na quinta-feira na final da Supertaça, no Estádio do Algarve, em jogo com início às 20:45.


Supertaça: Vencedor decide-se pela quinta vez no Algarve

 

A Supertaça Cândido de Oliveira de futebol vai decidir-se pela quinta vez no Estádio Algarve, onde apenas ergueram o troféu o Benfica e o Sporting, equipas que se voltam a defrontar na quinta-feira.

Desde que a Supertaça passou a ser decidida em apenas um jogo em campo neutro, a final disputou-se cinco vezes no recinto algarvio, construído para o Euro2004, no limite dos concelhos de Faro e Loulé, com o Estádio Municipal de Aveiro a ser o mais utilizado, com 14 finais, entre as quais as últimas cinco.

Em 2005, pela primeira vez, o Estádio Algarve foi escolhido para acolher a Supertaça, com o Benfica, orientado pelo neerlandês Ronald Koeman, a festejar a conquista do troféu, com um triunfo sobre o Vitória de Setúbal, por 1-0, graças a um golo de Nuno Gomes.

Três anos depois, o avançado Yannick Djaló foi o herói do Sporting, de Paulo Bento, ao marcar os dois golos do triunfo no Sul do país sobre o FC Porto, por 2-0, naquela que foi a sexta Supertaça dos ‘leões’.

Na ‘ressaca’ da mudança de Jorge Jesus do Benfica para o Sporting, as duas equipas defrontaram-se no Algarve, em 2015, com os ‘leões’ a vencerem por 1-0, com um golo do peruano Andre Carrillo, que se mudou no ano seguinte para as ‘águias’.

A Supertaça apenas voltou a ser disputada no Algarve em 2019, novamente com um confronto entre ‘águias’ e ‘leões’, mas desta feita foi o Benfica, comandado, tal como agora, por Bruno Lage, a conseguir uma das maiores goleadas da história da competição.

Rafa, Pizzi, que bisou, Grimaldo e Chiquinho marcaram os golos da história goleada por 5-0 sobre o Sporting, que era orientado pelo neerlandês Marcel Keizer, mas acabaria a época já com Ruben Amorim.

O Estádio Algarve recebeu ainda quatro finais da Taça da Liga, entre as quais as das três primeiras provas, assistindo às duas maiores surpresas das 18 edições.

Logo na edição inaugural, em 2007/08, o Sporting surgia como grande favorito frente ao Vitória de Setúbal, mas os sadinos, entretanto, caídos para os distritais, acabaram por triunfar no desempate por grandes penalidades, por 3-2, após um nulo no final dos 90 minutos.

No ano seguinte, numa final polémica, o Benfica conquistou a primeira de oito Taças da Liga, frente ao Sporting também nos penáltis, por 3-2, após uma igualdade a um golo, com Pereirinha a dar vantagem aos ‘leões’ e José Antonio Reyes a empatar numa grande penalidade muito contestada.

Em 2009/10, na sua primeira final da Taça da Liga, o FC Porto foi batido com clareza pelo Benfica, por 3-0, com golos de Ruben Amorim, Carlos Martins e de Óscar Cardoso.

Apenas sete temporadas depois a disputa da Taça da Liga regressou ao Algarve, com o Moreirense a surpreender o Sporting de Braga, por 1-0, com um golo de Cauê, de grande penalidade.

 

Resultados das finais da Supertaça Cândido de Oliveira em futebol disputadas no Algarve:

- Época 2018/19:

04/08/19            Faro/Loulé                          BENFICA - Sporting, 5-0

 (Rafa 40, Pizzi 60, 75, Grimaldo 64, Chiquinho 90)

- Época 2014/15:

09/08/15            Faro/Loulé                          Benfica - SPORTING, 0-1

 (André Carrillo 53)

- Época 2007/08:

16/08/08            Faro/Loulé                          SPORTING - FC Porto, 2-0

 (Yannick Djaló 45, 57)

- Época 2004/05:

13/08/05            Faro/Loulé                          BENFICA - Vitória de Setúbal, 1-0

 (Nuno Gomes 52)

 

Lusa