No coração de Vilamoura, onde o betão e o azul do mar há muito moldam a paisagem urbana, uma nova história começou a ser escrita com raízes na terra.

Ao final da tarde de ontem, e entre palavras de compromisso e esperança, foi plantada a primeira árvore do futuro Parque Verde Arquiteto Paisagista Fernando Pessoa, um projeto pensado para devolver à cidade o verde que cura, equilibra e inspira.

A cerimónia, carregada de simbolismo, reuniu entidades locais e regionais, entre as quais o Presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vereadores, o Conselho de Administração da Inframoura, representantes da CCDR Algarve, da Vilamoura World e, com especial significado, o arquiteto paisagista Fernando Pessoa, cujo nome ficará eternamente ligado a este espaço de regeneração e vida.

Mais do que um gesto formal, a plantação da árvore foi um sinal claro de que Vilamoura aposta na sustentabilidade urbana como valor central. O Parque Verde, que deverá estar concluído até ao final deste ano, representa um investimento superior a meio milhão de euros por parte da Inframoura e insere-se numa estratégia integrada de combate às alterações climáticas, alinhada com o Plano de Ação Climática do concelho de Loulé. A candidatura ao programa Algarve 2030, no eixo da proteção da natureza e da biodiversidade, reforça a dimensão estratégica deste investimento.

Localizado na zona central de Vilamoura, com uma área de cerca de 4,5 hectares, o parque será um pulmão verde no quotidiano urbano, com percursos pedonais e cicláveis acessíveis, zonas de lazer, espaços de contemplação, áreas naturais reabilitadas e um curso de água renaturalizado. A ideia não é apenas paisagística, mas ecológica: devolver o espaço à natureza, permitindo o aumento da biodiversidade, a mitigação de cheias e a reconexão das pessoas com o seu território.

A escolha do nome Fernando Pessoa para o parque não é inocente. Arquiteto paisagista de referência, Fernando Pessoa sempre defendeu que o desenho do espaço público deve servir primeiro as pessoas e a vida que nele se quer criar. Este projeto honra essa visão, ao apostar na recuperação do património natural, com a plantação de árvores e arbustos autóctones, e na promoção de infraestruturas verdes que vão muito além da estética – tratam-se, antes de mais, de infraestruturas de resiliência climática e bem-estar comunitário.

Com esta primeira árvore, Vilamoura plantou mais do que folhas e raízes: plantou um compromisso com o futuro, com o ambiente, com a qualidade de vida dos seus habitantes e visitantes. O novo Parque Verde será mais do que um espaço bonito – será um exemplo de como as cidades podem crescer de forma inteligente, respeitando o que é essencial: a natureza e as pessoas.