Os portugueses foram os grandes responsáveis para o turismo nacional continuar a apresentar números positivos no mês de agosto.
Em número de hóspedes e dormidas, os residentes apresentaram subidas, enquanto os não residentes registaram ligeiras descidas. Nos proveitos, o turismo nacional ultrapassou, em agosto, os mil milhões de euros.
O setor do alojamento turístico registou 3,8 milhões de hóspedes (+0,9%) e 10,7 milhões de dormidas (+1,1%) em agosto de 2025, crescimentos de 0,9% e 1,1% face a igual mês de 2024, respetivamente, depois de ter registado subidas de 4,5% e 3,9% em julho, pela mesma ordem, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Na contabilização dos hóspedes, os residentes totalizaram 1,5 milhões, correspondendo a uma subida de 2,7%, enquanto os não residentes registaram uma ligeira descida de 0,3% face a agosto de 2024, totalizando 2,3 milhões.
A região a receber mais hóspedes durante o mês de agosto foi o Norte, com 890 mil, correspondendo a uma descida de 0,5% relativamente ao oitavo mês de 2024, com o mercado nacional a contabilizar 373 mil hóspedes e o mercado internacional a ultrapassar os 516 mil.
A segunda região a registar mais hóspedes, no mês em análise, foi Lisboa, somando 860 mil, uma subida de 2,2% face ao mês de agosto de 2024, com os residentes a totalizarem 185 mil e os não residentes 675 mil.
Já o Algarve cresceu 2% no número de hóspedes, atingindo os 764 mil, divididos entre 279 mil residentes e 484 mil de não residentes.
A região Centro, atingida pelos incêndios no mês de agosto, foi a que registou maior descida no número de hóspedes. No oitavo mês de 2025, a região contabilizou um total de 373 mil hóspedes (-3,3%), divididos entre 250 mil residentes e 124 mil não residentes.
Além do Norte e Centro, também os Açores viram o número de hóspedes cair em 1,1%, totalizando 140 mil, divididos entre 34 mil nacionais e 105 mil internacionais.
Dos 2,3 milhões de hóspedes que visitaram Portugal, em agosto de 2025, Espanha lidera com 390 mil, seguindo-se o Reino Unido (264 mil) e França (254 mil). Já da América do Norte, Portugal foi visitado por 293 mil hóspedes, com a maior fatia a pertencer aos EUA, com 222 mil hóspedes contra os 71 mil provenientes do Canadá.
Dormidas de residentes em alta
Das 10,7 milhões de dormidas já mencionadas, em agosto de 2025, o INE atribui 3,8 milhões aos residentes (+4,1%) e 6,9 milhões aos não residentes (-0,5%).
No global, todas as regiões registaram crescimento nas dormidas, exceto o Centro, impactado pelos incêndios que afetaram a região no mês de agosto. Das 751 mil dormidas, em agosto, na região Centro, 500 mil foram de residentes e as restantes 251 mil foram de não residentes.
Nas dormidas, destaque para o Algarve, que totalizou 3,2 milhões, correspondendo a uma subida de 0,5% face a igual período do ano passado. Os residentes totalizaram 1,2 milhões de dormidas, enquanto os não residentes chegaram aos 2,1 milhões.
A região que maior crescimento registou foi a Madeira (+3,7%), totalizando mais de 1 milhão de dormidas, divididas entre 224 mil nacionais e 798 mil internacionais.
De resto, as dormidas de residentes cresceram em todas as regiões, com exceção do Centro (-1,4%) e dos Açores (-0,9%). O aumento mais expressivo foi registado na Madeira (+39,6%), destacando-se ainda as regiões da Grande Lisboa (+8,4%) e do Oeste e Vale do Tejo (+5,7%).
Em termos de dormidas de não residentes, as maiores variações positivas observaram-se no Alentejo (+6,9%) e nos Açores (+2,2%). As maiores quebras registaram-se nas regiões Centro (-5,9%) e Oeste e Vale do Tejo (-4,9%).
Os 10 principais mercados emissores, em agosto, deram origem a 78,9% do total de dormidas de não residentes, com o mercado britânico a manter a liderança (16,9% do total das dormidas de não residentes em agosto com 1,2 milhões), apesar da quebra de 1,2% face ao mês homólogo (+1,5% em julho).
As dormidas do mercado espanhol, o segundo principal mercado emissor em agosto (15% do total), recuaram 9,1% para pouco mais de um milhão (-8,8% em julho). Seguiu-se o mercado francês, na 3.ª posição (quota de 10,9%), com um decréscimo de 4,6% para 748 mil (-2,6% em julho). As dormidas do mercado alemão, com uma quota de 9,4%, aumentaram 1,7% para 645 mil (+2,4% em julho).
No grupo dos 10 principais mercados emissores em agosto, destacaram-se ainda os crescimentos dos mercados norte americano (+9,8%) para 544 mil e canadiano (+8,5%) para 178 mil. Nos decréscimos, assinalam-se também os mercados italiano, dos países baixos e irlandês (-6,9% para 357 mil, -5,7% para 289 mil e -4,6% para 271 mil, pela mesma ordem).
Proveitos ultrapassam mil milhões
No que diz respeito aos proveitos totais, Portugal ultrapassou os mil milhões de euros, em agosto de 2025, correspondendo a uma subida de 6,5% face a igual período de 2024, com os proveitos de aposento a ascenderem a 809 milhões de euros, uma evolução de 5,5% quando comparado com o mesmo mês do ano passado.
Estes dados constituem, contudo, uma descida face ao registado no mês de julho de 2025, quando os proveitos totais subiram 10% e as referentes aos aposentos registaram um crescimento de 9,2%.
De acordo com os dados do INE, todas as regiões registaram subidas, tanto nos proveitos totais como nos proveitos de aposentos. Se a região de Lisboa foi a que maior valor gerou, com 1,345 mil milhões de euros (+4,6%), foi a Madeira que maior crescimento registou (+13,1% para 98 milhões de euros), destacando-se ainda o Alentejo que, além da Madeira, foi a que registou, igualmente, crescimento a duplo dígito (+10,3% para 56 milhões de euros).
Em agosto, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,81 noites) aumentou 0,2% (-0,5% em julho). Os valores mais elevados deste indicador continuaram a observar-se na Madeira (4,89 noites) e no Algarve (4,23 noites). Nestas duas regiões e nos Açores (3,25 noites), as estadas médias ficaram acima da média nacional. As estadias mais curtas ocorreram no Centro e no Oeste e Vale do Tejo (2,01 noites em ambas) e no Norte (2,12 noites).
Em agosto, a estada média dos residentes (2,48 noites) aumentou 1,4%, enquanto a dos não residentes (3,03 noites) recuou 0,2%.
A Madeira registou as estadas médias mais prolongadas: 5,12 noites para os não residentes e 4,21 noites para os residentes. O Alentejo foi a única região em que a estada média dos residentes (2,39 noites) foi superior à dos não residentes (2,37 noites).
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 116,8 euros em agosto, refletindo um aumento de 2,6% (+6,5% em julho). O rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 159,2 euros (+4,3%, após +5% em julho).
O valor de RevPAR mais elevado foi registado no Algarve (174,9 euros), seguindo-se os Açores (130 euros), tendo os maiores crescimentos ocorrido na Madeira (+10,4%) e no Oeste e Vale do Tejo (+5,1%). Na Grande Lisboa observou-se a maior diminuição (-1,3%).
Os valores mais elevados de ADR registaram-se no Algarve (217,8 euros), no Alentejo (174,8 euros) e nos Açores (165,9 euros), tendo a Madeira apresentado também neste indicador o maior crescimento (+9,2%).
Publituris