A produção de vinho no Algarve deverá registar este ano uma quebra a rondar os 10% em relação ao ano passado, motivada pela instabilidade climática, revelou hoje a presidente da Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA).
“Prevemos uma diminuição que poderá atingir os 10%, cerca de 200 mil litros, em relação à campanha anterior. As causas para esta redução estão ligadas à chuva num período que não era previsto, favorecendo o aparecimento de doenças”, disse Sara Silva à agência Lusa.
A Comissão Vitivinícola do Algarve que certifica controla e promove os vinhos do distrito de Faro organiza hoje num hotel em Vilamoura, no concelho de Loulé, a segunda edição do “Algarve Wine Session”, com 30 produtores para divulgar os vinhos algarvios.
O evento, que durante um dia apresenta os vinhos do Algarve, integra provas e demonstrações de vinhos, palestras e aulas com especialistas, sendo aberto ao público.
De acordo com a presidente da CVA, o ano passado foi “extraordinário para o setor”, com uma produção recorde de cerca de dois milhões de litros de vinho, “o valor mais elevado” de que há registo na região.
Atualmente, o Algarve conta com 60 produtores registados de vinho certificado — com a indicação geográfica “Algarve” —, que operam numa área total de cerca de 1.400 hectares, dos quais cerca de 800 estão sob controlo direto da Comissão.
“Todos esses hectares são controlados diretamente por nós e é por aí que advêm as uvas para produção do vinho certificado”, explicou Sara Silva, sublinhando o crescimento significativo do setor na última década.
“Em 2017 éramos cerca de 30 produtores e neste momento temos registo de 60. Houve uma duplicação no espaço de oito anos, o que representa um grande dinamismo de novos agentes económicos, cerca de quatro a cinco novos operadores em cada ano”, acrescentou.
Segundo Sara Silva, as exportações de vinho algarvio variam de ano para ano, representando em média entre 12% e 15% do volume total de produção, com maior expressão para os mercados americano - Estados Unidos e Brasil - e europeu.
“A Europa tem aqui uma grande preponderância pela relação com os mercados emissores de turismo e pelo facto de muitos dos nossos produtores serem de origem europeia, com canais privilegiados para colocarem os seus vinhos nesses mercados”, realçou.
A Comissão Vitivinícola do Algarve é a entidade responsável pela certificação e promoção dos vinhos com indicação geográfica “Algarve” e das denominações de origem Lagos, Portimão, Lagoa e Tavira.
Lusa