MotoGP/Portugal: Portimão recebe caravana órfã dos campeões

09:30 - 05/11/2025 PORTIMÃO
O Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, recebe entre sexta-feira e domingo a 21.ª edição do Grande Prémio de Portugal de MotoGP, mas sem a presença do campeão em título nem do novo campeão.

Tanto Jorge Martin (Aprilia), campeão em 2024 e vencedor da ronda lusa no ano passado, como o compatriota Marc Márquez (Ducati), que já assegurou matematicamente o título de 2025, vão falhar devido a lesão a 21.ª das 22 provas do Campeonato do Mundo de Velocidade.

Assim, o português Miguel Oliveira é um dos três que já conheceram o sabor da vitória no circuito algarvio, onde venceu em 2020. Seguiram-se as vitórias do francês Fabio Quartararo (Yamaha) em 2021 e 2022 e as do italiano Francesco Bagnaia (Ducati) em 2021 (no GP do Algarve) e 2023.

O piloto natural de Almada foi mesmo o primeiro a abrir a garrafa de champanhe no pódio algarvio, em 2020. Desde então, apenas o francês Fabio Quartararo (Yamaha) e o italiano Francesco Bagnaia (Ducati) venceram em Portimão, na categoria 'rainha' do motociclismo de velocidade.

No entanto, o piloto mais bem-sucedido em terras algarvias até é estreante na categoria principal. O espanhol Pedro Acosta (GasGas) já festejou por três vezes, uma em Moto2 e duas em Moto3.

Em MotoGP, Bagnaia soma dois triunfos, tantos quantos Quartararo, contra apenas um de Miguel Oliveira.

A história do Grande Prémio de Portugal começou em 1987, mas, nesse ano, a prova disputou-se no circuito madrileno de Jarama, em Espanha, onde venceu o norte-americano Eddie Lawson (Yamaha), num ano em que o australiano Wayne Gardner (Honda) se sagrou campeão.

No ano seguinte, esteve prevista uma segunda edição do Grande Prémio de Portugal em território espanhol, no circuito andaluz de Jerez de la Frontera, mas, à última da hora, o Governo português não autorizou o uso da denominação, pelo que a prova passou, oficialmente, a designar-se GP Expo'92, de Sevilha.

A partir de 2000, o Grande Prémio de Portugal regressou ao Mundial, já em solo nacional, no circuito do Estoril, onde se manteve até 2012.

Nesse período (13 edições), apenas por cinco vezes o vencedor da prova acabaria por se sagrar campeão mundial. Aconteceu com o italiano Valentino Rossi em 2001, 2002, 2003 (com a Honda) e 2004 (em Yamaha), e com o espanhol Jorge Lorenzo (Yamaha), em 2010.

Nas restantes oito ocasiões, o vencedor no Estoril acabou por perder o campeonato.

A pandemia de covid-19 fez a caravana regressar a Portugal, mas para o Algarve, que se tornou no 72.º circuito diferente a receber uma prova do Mundial, sendo o 29.º traçado a acolher a classe 'rainha' do campeonato, que desde 2002 se designa de MotoGP.

Já no Algarve, o português Miguel Oliveira (KTM) venceu na estreia de Portimão, em 2020, ano que consagraria o espanhol Joan Mir como campeão.

O ano de 2021 voltou a ser exceção, a sexta em 18 visitas a Portugal. O francês Fabio Quartararo (Yamaha) ganhou no circuito algarvio e conquistaria a coroa no final da temporada.

Na segunda visita que o campeonato fez a Portugal nessa época - a segunda corrida chamou-se Grande Prémio do Algarve e aconteceu devido ao cancelamento da corrida na Austrália pela pandemia –, a vitória sorriu ao italiano Francesco Bagnaia (Ducati).

Quartararo, o protagonista da última exceção à 'regra', venceu em 2022 no AIA, mas este 'bis' deu-lhe, então, a liderança partilhada do campeonato com o espanhol Álex Rins, mas, no fim do ano, foi o seu antecessor que celebrou - e se tornou seu sucessor no historial do Mundial.

Em 2023, seria Bagnaia a vencer novamente.

Nos construtores, a Yamaha soma mais dois triunfos do que a Honda no Grande Prémio de Portugal, sendo que o triunfo de Miguel Oliveira, em 2020 e de Bagnaia, em 2021, permitiu à KTM e à Ducati intrometerem-se neste domínio nipónico.

Curiosamente, a Honda nunca venceu em Portimão, sendo mesmo o único construtor a falhar um pódio neste circuito.

Entre os pilotos, Rossi é o mais vitorioso, com cinco triunfos (um em 500cc e quatro em MotoGP), seguido dos espanhóis Jorge Lorenzo (três em MotoGP), Toni Elias (uma em MotoGP e duas em 250cc) e Álvaro Bautista (duas em 250cc e uma em 125cc), enquanto Stoner, Quartararo e Bagnaia venceram duas vezes em Portugal.

A vitória de Toni Elias, em Honda, em 2006, foi a que teve a margem mais curta de sempre (dois milésimos de segundo) para o segundo, Valentino Rossi.

Também a vitória do espanhol Alex Crivillé em Brno, na República Checa, em 1996, teve idêntica diferença para o australiano Mick Doohan.

A 21.ª edição do Grande Prémio de Portugal vai ser disputada pelo sexto ano consecutivo no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, que recebe uma corrida do campeonato pela sexta vez, entre sexta-feira e domingo, na 21.ª jornada da 77.ª época do principal Campeonato do Mundo de motociclismo de velocidade.

 

Lusa