Dia Mundial dos Avós celebra-se a 26 de julho
Um em cada 15 portugueses com mais de 80 anos sofre de estenose aórtica, uma doença potencialmente fatal e incapacitante cujo tratamento, por técnica minimamente invasiva, continua a ser inacessível a muitos doentes. O alerta é da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) da Sociedade Portuguesa de Cardiologia que pretende sensibilizar para a importância do tratamento correto da doença no âmbito do Dia Mundial dos Avós.
Caracterizada pelo aperto da válvula aórtica, esta doença está associada a um desgaste progressivo relacionado com a idade, sendo os seus sintomas mais frequentes o cansaço, a dor no peito e desmaios.
Rui Campante Teles, cardiologista de intervenção e Presidente da APIC, explica que “a estenose aórtica é uma doença frequente nos países desenvolvidos e está fortemente associada ao envelhecimento”, sublinhando a importância do diagnóstico precoce: “na maioria das vezes, os sintomas são associados ao processo natural do envelhecimento e o diagnóstico acaba por ser adiado, o que pode ser fatal”.
“O tratamento da doença passa por um implante de uma válvula nova através de cirurgia de peito aberto ou cada vez mais por implante percutâneo por cateterismo, uma técnica minimamente invasiva. Esta última apresenta menos riscos em relação à cirurgia convencional, na medida em que muitos doentes possuem um risco cirúrgico acrescido e que poderiam não resistir à cirurgia cardíaca”, revela.
Em Portugal, o implante percutâneo da válvula aórtica, tratamento das válvulas por cateterismo está a aumentar muito. Este método permite o implante de uma válvula cardíaca através de um pequeno tubo que é introduzido na artéria, não sendo necessário a abertura da caixa torácica, facilitando muito a recuperação e diminuindo o risco.
Sobre a estenose aórtica grave
A estenose aórtica é uma doença que se caracteriza pelo aperto da válvula aórtica, cuja função é evitar que o sangue bombeado pelo coração volte para trás. Quando existe este estrangulamento o sangue passa com dificuldade, provocando cansaço, dor no peito e desmaios.
As melhorias produzidas pelos medicamentos são limitadas e não evitam as complicações mais graves provocadas pela exaustão cardíaca que, após os primeiros sintomas e nos apertos de alto grau, conduz à morte de metade dos doentes no primeiro ano.
Em todo o Mundo, mais de 300 mil pessoas sofrem de estenose aórtica grave e, em Portugal, esta patologia afeta 30.000 pessoas.
Por: LPM