Transformações culturais, sociais e de política(s) fazem o segundo momento das comemorações da Revolução de Abril na Fundação Manuel Viegas Guerreiro (FMVG), em Querença
No próximo dia 15 de Junho, a partir das 15h00, promove-se o pensamento, aliando a memória às práticas contemporâneas de levar cultura até aos lugares mais recônditos da região.
«Uma primeira “Conversa entre Amigos”, marcada para as 15h00, no espaço do auditório da Fundação, abre o diálogo da resistência e da cultura a partir de quem viveu, no concelho, da cidade à serra, os anos do pré e do pós-25 de Abril. Lembraremos o caso emblemático do Atlético Sporting Clube.» - salienta a FMVG em comunicado - «Os caminhos que a Revolução abriu no território e no pensamento levam-nos até práticas mais contemporâneas imbuídas do mesmo espírito: o da importância de levar a cultura até lugares recônditos da região, do país.» - acrescenta a organização.
A moderação da primeira mesa está a cargo de Maria Augusta Casasa, jornalista da TSF. Da conversa farão parte Patrícia Amaral, mediadora do Teatro das Figuras, Faro, ligada às questões artísticas e culturais há mais de 20 anos. Sérgio Sousa, presidente da Casa da Cultura de Loulé, sócio do Atlético, do tempo em que cumpria o serviço militar na Guiné, no início da década de 70 do século XX. Maria de Jesus Dias, de Querença, falará a partir da comunidade de Querença dessa experiência das residências artísticas realizadas no período pós-Revolução, também com o Teatro da Comuna.
Pelas 16h30, o público é convidado a subir à Biblioteca Centro de Estudos Algarvios Luís Guerreiro, onde se realizará a segunda “Conversa entre Amigos” e terá lugar uma homenagem ao ex-presidente da Fundação, Gabriel Gonçalves. O engenheiro agrónomo, natural da aldeia de Querença, foi nomeado em 1975 diretor do Centro Regional de Reforma Agrária do Distrito de Faro, por despacho do ministro da Agricultura e Pescas da altura.
Funções que desempenhou ao longo de dois anos, até à extinção do lugar e que lhe valeu um louvor do secretário de Estado da Estruturação Agrária (1977), pela forma zelosa como desempenhou o cargo.
Foi na qualidade de diretor do Centro que desempenhou interinamente as funções de coordenador Agrícola Regional e que integrou o conselho consultivo do Gabinete de Planeamento da Região do Algarve. Dessa época, estará presente no encontro de sábado, o almirante Martins Guerreiro.
A moderação estará a cargo de João Santos Simões, membro da Comissão Administrativa em 1974. Em 1976, foi eleito vereador em vários pelouros, em três mandatos.
António Aleixo, já considerado “Capitão de Abril”, pela mensagem premonitória da Revolução de que se reveste a sua poesia, irá dar unidade e identidade à sessão, alerta a Fundação.
O programa termina com a inauguração da exposição documental “Gabriel Guerreiro Gonçalves, Auscultar e Agir”, numa colaboração com a Câmara Municipal de Loulé.
A sessão do próximo sábado integra a iniciativa da Fundação “Rasgar Horizontes, o território e as gentes”, cujo programa assinala o meio século de Abril. O primeiro momento da celebração aconteceu a 20 de abril com a inauguração de uma exposição coletiva de artes plásticas que integra obras de Adão Contreiras, Francisco José e Manuela Santos. A exposição está patente na Fundação até ao final de Outubro.
O encontro do próximo sábado, de entrada livre, tem o apoio da Comissão Concelhia das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, da Câmara Municipal de Loulé e da União de Freguesias de Querença, Tôr e Benafim.
Por: Fundação Manuel Viegas Guerreiro