Direito ao voto, igualdade salarial, acesso à educação, proteção contra a violência física e psicológica, acesso a cargos de liderança no mundo do trabalho e na sociedade, têm sido, ao longo de mais de um século, as bandeiras e as causas do ativismo e da luta das mulheres, em muitos países do mundo. Não todos, pois em várias partes do globo, estes direitos não são garantidos às mulheres; todos os dias são vítimas de crimes, fundados apenas em preconceitos de género, mas também raciais, sexuais, políticos, culturais e económicos.
Hoje celebramos os direitos que as mulheres conquistaram, relembrando porém, que ainda há muito por fazer e que, mesmo em sociedades mais igualitárias e mais justas, as mulheres são a parte mais significativa da população que sofre as consequências das crises, sejam elas económicas, políticas, ou sanitárias, como a que hoje enfrentamos- o desemprego atinge sempre, em primeiro lugar e em maior número, as mulheres e, por consequência, as crianças e as famílias, num ciclo que gera e reproduz a pobreza.
Há, pois, que continuar o caminho que levou as mulheres para profissões científicas, a investigação, o ensino, a medicina, as engenharias, mas também a ocupar lugares de decisão, nas empresas e na política. Em todo o mundo, a educação foi e é o impulso fundamental para a emancipação das mulheres e dos homens e para a construção de uma cidadania mais plena, mais justa e mais igual. E, com orgulho, também as mulheres jovens, de Aljezur, escolhem e desempenham estas profissões, tendo hoje perspetivas de vida diferentes das que tiveram as suas mães e avós.
Mas hoje, confrontados com um dos desafios mais difíceis para a Humanidade, na atualidade, tememos pelas consequências que gera - se há muitas mulheres que combatem, em lugares diferentes é certo, mas na linha da frente, há muitas outras, porém, que são já as vítimas vivas da pandemia, as principais vítimas do desemprego, do trabalho precário e sobre as quais recaem os problemas que vão afetar as famílias. Por isso, a igualdade e os direitos das mulheres não é só uma luta de mulheres, é uma preocupação transversal a toda a sociedade que deve estar presente em todas as políticas públicas de combate à pobreza. Precisa de todas e de todos.
A todas as mulheres, que todos os dias trabalham, dão o melhor de si, cuidam, são esposas, mães, avós, filhas, que todos dias contribuem para uma sociedade melhor, que lutam ao longo dos anos pela igualdade de tratamento na sociedade, um grande bem hajam, pela sua determinação, a sua força e resiliência, como exemplo na humanidade.
Por: CM Aljezur