A igreja de Vila Real de Santo António foi hoje o palco da cerimónia de assinatura do acordo de cooperação para a dinamização do turismo religioso no Algarve, que tem na sua génese a pastoral do turismo da diocese do Algarve da igreja católica e tem como parceiros a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), a Região de Turismo do Algarve (RTA) e as Fábricas das Igrejas envolvidas.
Em causa está um projeto piloto para que as igrejas dos concelhos de Alcoutim, Castro Marim, Tavira e Vila Real de Santo António possam ser visitadas, proporcionando a locais e turistas percursos estabelecidos e acompanhados para mostrar o “valioso” património cultural, histórico e religioso desses municípios, disse o responsável pela pastoral do turismo da diocese do Algarve e um dos mentores do projeto, Miguel Neto.
A mesma fonte salientou a importância da iniciativa para dar cumprimento à diretriz da igreja de “manter igrejas abertas”, reconheceu que este objetivo traz “dificuldades, porque implica pessoas e segurança”, mas considerou que ela é “essencial para fazer a ponte entre a igreja católica e a sociedade civil” e pode criar condições de “sustentabilidade” para poder ser alargado a outras zonas da região e assegurar a “conservação” do património religioso.
Ao discursar na cerimónia de assinatura do acordo, o bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, disse ter aderido “desde a primeira hora” a esta iniciativa, porque ela dá resposta a uma “necessidade há muito sentida” de permitir “a abertura organizada e qualificada” das igrejas e abre a possibilidade a “crentes e não crentes de desfrutar do rico património religioso e cultural de cada uma” das paróquias.
“Temos obrigatoriamente de nos unir para promover, valorizar e dar a conhecer o testemunho que nos legaram as populações algarvias ao longo de séculos e que está condensada precisamente nas suas igrejas, de modo eloquente e sábio, como souberam conjugar a fé, a arte e a cultura, num mosaico de manifestações plásticas às quais ninguém fica indiferente”, afirmou ainda.
Este é um projeto “pioneiro” que tem o IEFP como um “parceiro-chave no enquadramento da formação” e que é “inovador” no que se refere a criação de um produto turístico como o turismo religioso, destacou o presidente da CCDR do Algarve, José Apolinário.
O presidente da AMAL, António Pina, disse, por seu turno, que o acordo hoje celebrado “qualifica a região” do Algarve”, porque a região “não é só sol e praia e tem de se qualificar e ter outras respostas” na oferta turística, e mostrou-se “otimista” quanto à possibilidade de este projeto-piloto “se estender aos demais” municípios do distrito de Faro.
Já o presidente da RTA, João Fernandes, afirmou que este projeto, “sendo pioneiro, é um motivo de orgulho para a principal região do país” e mostra “como se pode aproveitar uma riqueza que é material e imaterial” para “dinamizar” o património que “simboliza e traduz” as raízes dos locais onde se encontra.
João Fernandes frisou que esta iniciativa também permite criar “novas motivações de visita à região que não estejam tão dependentes da sazonalidade”, assim como “contrariar a hiperlitoralização” e “diferenciar” um destino que se insere “no espaço mais competitivo do mundo, que é o Mediterrâneo”.
António Palma, do IEFP do Algarve, realçou a importância do projeto para “retirar pessoas do desemprego”, quer sejam “pessoas de difícil integração, quer sejam pessoas com deficiência”, e adiantou que este irá permitir dar “qualificação a 40 pessoas”, com uma “componente de empregabilidade”, que no futuro pode ser replicado noutros pontos da região.