A coleção agora iniciada tem por título “EMILIANO DA COSTA – OBRA POÉTICA” e é reunida e comentada por Luís Barriga. Este primeiro volume tem o apoio à edição da União de Freguesias de Conceição e Estoi e da Câmara Municipal de Tavira.
A Apresentação estará a cargo de Pedro Jubilot e do autor, e terá momentos de Poesia e Música, com a participação, entre outros, de Cristina Paulo.
O POETA, Augusto Emiliano da Costa, nasce na cidade de Tavira, a 3 de dezembro de 1884, ali dá os seus primeiros passos e aprende as primeiras letras. Das margens do rio Séqua/Gilão parte para Beja, onde vive a sua adolescência e frequenta o Liceu daquela cidade alentejana.
Mais tarde ruma a Coimbra, onde se forma em Medicina, em 1914. Regressado ao Algarve, veio morar para Estoi, onde começa a exercer medicina na Rua da Igreja. Casa a 16 de março de 1915, aos trinta anos de idade, com Isabel Maria da Cruz Coelho de Brito e vão morar para a Rua do Pé da Cruz. Em 1919 é integrado no partido médico-cirúrgico com sede em Estoi e depois de uma longa carreira profissional reforma-se em 1954. Emiliano da Costa adotou a aldeia de Estoi como sua e aí permaneceu até à morte, em 1 de janeiro de 1968.
Como referia em "Bailado das Sete Cores" de 2003, o professor Amílcar Quaresma:
...podemos concluir que duas terras podem orgulhar-se, particularmente, de estarem ligadas à memória deste grande poeta algarvio.
Se Tavira é a cidade do seu nascimento e o Gilão o rio da sua meninice, Estoi é afinal o lugar, onde passou, pelo menos, 50 dos anos da sua vida...
Diz-nos Luís Barriga que Emiliano da Costa faz parte das suas memórias. A casa do Poeta era paredes meias com a casa dos seus avós maternos, e apesar de Emiliano da Costa ter falecido quando ele ia fazer sete anos, lembra-se bem do Poeta na sua cadeira de rodas. Ainda na sua adolescência folheou os seus livros e muito pouco entendeu da sua escrita poética. Mais tarde, já sob a orientação do prof. Amílcar Quaresma, leu e aprendeu a gostar de algumas poesias do Poeta. Assistiu à mágoa do professor Amílcar, por não se ter festejado condignamente o centenário do Poeta e hoje infelizmente Emiliano da Costa está quase esquecido.
Tudo isto começou a inquietar o escritor, embora em toda a sua escrita a poesia de Emiliano esteja presente, não era suficiente, assaltava-lhe a sensação de que tinha que fazer mais alguma coisa, mesmo que imperfeita, que devia dar o seu contributo para a divulgação do Poeta. Vai por isso lançar a primeira pedra deste edifício, que é reunir e comentar a Obra Poética de EMILIANO DA COSTA.
Aproveita Luís Barriga para homenagear Sidónio de Almeida, pintor farense, também ele muito esquecido, que esculpiu o busto de Emiliano da Costa e ofereceu ao Poeta o retrato a lápis que surge na capa.
Por: Luís Barriga